Por José Adriano
Assolado por uma queda vertiginosa nas atividades desde 2014, o setor da construção civil amarga, até hoje, uma situação de penúria e redução de postos de trabalhos jamais vista. Acreditando que a mudança de governos seria uma redenção, o segmento buscou superar as adversidades impostas pela falta de capital de giro, de projetos de investimentos públicos, mudanças de fluxo de pagamentos, atrasos e calotes de contratos com obras do estado, dentre outros percalços. Confiava-se que as promessas de campanhas, que induziram muitos a vislumbrar um novo tempo, resgataria os períodos prósperos deste setor.
Ledo engano! 2019 foi mais um ano perdido, pois, considerando a expectativa gerada pelas promessas feitas, temos um déficit do valor anunciado de R$ 1,77 bilhão de obras a serem contratadas com o setor, levando-se em conta que somente o valor de pouco mais de R$ 30 milhões foi efetivamente realizado em obras, fato este que causa uma grande angústia para as empresas do ramo de construção civil do Acre.
É lógico que a notícia da publicação de editais de concorrência para as obras de melhoramento de estradas vicinais, num valor total de aproximadamente R$ 66 milhões, neste momento de extrema dificuldade para a nossa economia, traz alguma esperança e merece todos os nossos elogios. É um alento para os inúmeros pais de família que se encontram em seus lares sem nenhuma perspectiva de emprego após o isolamento social imposto pela pandemia causada pelo novo coronavírus.
Mas, mesmo assim, reconhecendo que nosso discurso sempre foi de exigir da equipe de governo que cumprisse o compromisso de executar o orçamento divulgado para os investimentos em infraestrutura, não podemos deixar de aconselhar que o momento agora é o mais apropriado para buscar reproduzir o milagre da multiplicação e fazer mais com menos.
Seguindo esse raciocínio, lamentamos o fato de que estes editais impõem regras que excluem a participação das pequenas empresas, o que, nos dias atuais, chega a ser no mínimo um ato de crueldade, considerando a realidade do nosso estado em termos de perfil empresarial.
Se esses editais permitissem consórcio e cumprissem a Lei das Micro e Pequenas Empresas, aí sim estaria a chave para garantir esta multiplicação do pão e gerar 20 vezes mais empregos diretos do que com o modelo apresentado. Até porque, da forma como está, somente as grandes empresas – que hoje no Acre não somam mais do que meia dúzia – terão condições de serem habilitadas, o que acaba abrindo também uma grande janela para construtoras de grande porte de outras federações. Assim, é enorme o risco de vermos os recursos de nosso estado, obtidos com empenho por parte de parlamentares federais acreanos, gerar empregos e fortalecer a economia de um outro estado.
Fica aqui o nosso alerta. Se não fizermos um esforço de contemplar o máximo de empresas com o pouco que temos, continuaremos a conviver com a carnificina desagregadora, o empobrecimento e a precariedade da mão de obra que tanto lutamos para capacitar e orientar para uma construção civil mais responsável socialmente. É hora de fazer mais com menos!
José Adriano é presidente da Federação das Indústrias do Estado do Acre (FIEAC)
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