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Covid-19 “mata” as quadrilhas juninas, uma das maiores tradições culturais do Acre

Por
Leônidas Badaró

Junho sempre foi um mês especial no Acre. Afinal, é o mês da tradição junina, dos arraiais que se espalham por todos os bairros das cidades e representado pela beleza das apresentações das quadrilhas juninas.


É comum, além dos arraiais, os festivais promovidos pela prefeitura e pelo governo do Acre.


Herança da formação nordestina é difícil encontrar um acreano que não goste de acompanhar as apresentações coloridas, sincronizadas e divertidas das quadrilhas juninas.


Em 2020, o movimento quadrilheiro acreano vive um ano atípico por conta da pandemia da Covid-19. Nada de ensaio, nada do forró pé de serra e nada das tão aguardadas apresentações. Um triste silêncio para milhares de pessoas que fazem parte das quadrilhas juninas espalhadas pelos 22 municípios acreanos.


Somente a Liga de Quadrilhas Juninas do Acre tem cerca de 22 quadrilhas filiadas. Em média, cada uma, possui, no mínimo, 60 integrantes.


“Não há um número exato de integrantes. Eu, por exemplo, faço parte de uma quadrilha, a Matutos da Roça do Aeroporto Velho, que tem aproximadamente 150 pessoas que fazem parte do espetáculo. O grupo que tem menos tem cerca de 60 integrantes”, afirma Jimy Lima, presidente da Liga de Quadrilhas Juninas do Acre.


Além da beleza mostrada em casa apresentação, as quadrilhas possuem no Acre também uma função social. Em um estado onde há uma carência de opções de lazer para a juventude, as quadrilhas acabam cumprindo um papel importante com a oferta de uma atividade saudável para os jovens. “A gente sabe o quanto somos carentes em termos de cultura, esporte e lazer. Infelizmente, pouca gente sabe a força que tem o movimento junino, como outras artes, em transformar pessoas. A gente tira jovens do álcool e das drogas”, afirma Jimy.


O silêncio das quadrilhas também tem impacto na economia. Os arraiais são fontes de renda para muitas famílias que costumam todos os anos aproveitarem esta época para faturar um extra e aumentar o orçamento. “No movimento junino há muita gente que não aparece, que ficam nos bastidores como as costureiras, serralheiros, aderecistas e tantas outras pessoas que fazem e espetáculo acontecer. Este ano vamos deixar de ajudar e empregar muitas pessoas, principalmente da economia criativa”, diz o presidente da Liga de Quadrilhas.


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Leônidas Badaró

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