O desmatamento na Amazônia e uma possível seca – associada ao aumento de temperatura acima de toda a média histórica do Oceano Atlântico – podem intensificar as queimadas e incêndios florestais nos próximos meses, aumentando a incidência de doenças respiratórias na população.
Isso poderá ocasionar o colapso do sistema de saúde nos estados amazônicos, agravando-se com a possível sobreposição dos problemas do atendimento das doenças respiratórias e da pandemia da Covid-19.
Esse alerta feito com base nos dados científicos e a elaboração de recomendações de ações para a mitigação do problema socioambiental estão contidos na Nota Técnica elaborada por pesquisadores do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e pela pesquisadora Liana Anderson, do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden).
O documento mostra que o desmatamento encontra-se em uma fase de resposta que requer ações imediatas para sua contenção, avaliando que as queimadas se encontram em fase de prevenção e preparação. Por isso, os pesquisadores apontam a necessidade de um planejamento rápido de ações antes de sua disseminação, destacando que essas ações têm que ser integradas às ações da saúde pública, frente a pandemia da Covid-19.
Os estudos mostram que a taxa de desmatamento, entre agosto de 2019 e 14 de maio de 2020, já representa 89% da área desmatada do ano anterior. Nesse período, foram detectados 78.443 focos de queimadas na Amazônia, valor mais elevado que o mesmo período de 2018-2019.