Se os desafios de promover a agricultura familiar, o desenvolvimento do agronegócio junto aos pequenos produtores e ainda garantir a segurança alimentar de toda uma população já eram grandes, com o início da pandemia mundial de Covid-19 as circunstâncias ficaram ainda mais desafiadoras. Por isso, a manutenção do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) pelo governo federal e do Estado neste momento tem ajudado a fortalecer a vida de produtores e entidades em todo o Acre.
O PAA é um programa que prevê a compra de alimentos da agricultura familiar e a sua doação para entidades que atendam pessoas em situação de insegurança alimentar e nutricional. O programa é implantado por meio de convênio formalizado entre o Ministério da Cidadania e o Estado, permitindo a compra, com dispensa de licitação, de alimentos de agricultores familiares.
Aplicado no Acre pela Secretaria de Produção e Agronegócio (Sepa), este ano cerca de 722 famílias produtoras estão sendo beneficiadas em todo o estado, com a doação das aquisições para 48 entidades, sendo 29 socioassistenciais, entre abrigos, casas, albergues, associações beneficentes, assistência social, instituições de amparo a crianças e adolescentes e de apoio a idosos, beneficiando diretamente 4.250 pessoas. O restante doado será distribuído entre 19 entidades de saúde, que juntas atendem mais de 10,5 mil pessoas.
Além disso, até o dia 17 de março o PAA atendeu em todo o Acre 219 escolas, creches e pré-escolas, reforçando a merenda escolar com produtos frescos e de qualidade, principalmente no interior. Ao todo, em 2020, entre entidades assistenciais e escolas, 267 unidades serão beneficiadas.
O programa tem sido executado ainda com a liberação de R$ 500 mil do governo federal em dezembro de 2019. E assim que o recurso acabar, um novo pedido de recurso será feito. Cada produtor que participa do programa recebe até R$ 1,2 mil, o que garante a complementação da renda.
Entre os diversos beneficiados pelo PAA no Acre está hoje o Hospital da Mulher e da Criança do Juruá. Como as escolas não estão mais em atividade presencial, ficou definido que o sistema e entidades de saúde seriam prioritários dentro do Programa.
Um dos principais hospitais de todo o Juruá, a unidade serve centenas de refeições por dia, para servidores e pacientes. E com a aquisição de produtos regionais, a incrementação faz a diferença na recuperação da saúde de todos.
“Esse programa tem uma importância bem significativa porque temos a possibilidade de receber produtos regionais como melancia, goma de tapioca, banana. Coisas que não estão contidas nas licitações do Estado. Assim a gente pode melhorar o cardápio. Vem verduras, pepinos, alface. A gente incrementa tudo, então, pros servidores e pacientes, que comem melhor, com mais sabor e mais nutrientes”, conta Rafael Gomes, gerente-geral da unidade.
O secretário de Produção e Agronegócio, Edivan Azevedo, reforçou que ter as equipes da Sepa dedicadas ao PAA funciona como uma complementação de renda aos produtores e garante apoio onde mais se precisa durante a pandemia: “Agora os agricultores familiares estão impedidos de comercializar seus produtos como frutas, verduras e hortaliças em feiras livres, para não correr o risco de contrair a doença. E os hospitais, abrigos, e entidades filantrópicas, mais do que nunca estão precisando de alimentos. Diante desse cenário, o governador Gladson Cameli determinou à Sepa que apoie o PAA, o que gera renda no campo e ajuda quem está em situação de vulnerabilidade social”, destaca.
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