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Servidores denunciam assédio moral e péssimas condições de trabalho no Depasa de Xapuri

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O operador de uma das estações de tratamento de água do Departamento de Água e Saneamento (Depasa) em Xapuri, Mirclei Neves Soares, de 32 anos, entrou em contato com a redação do ac24horas para fazer uma grave denúncia contra a gerência da autarquia no município. No cargo desde janeiro deste ano, tendo ingressado por meio de um processo seletivo simplificado, o servidor, que diz representar outros cinco colegas, relata que ele e os demais operadores estão sendo expostos a condições insalubres de trabalho.


Segundo os trabalhadores, estão sem receber o adicional por essa condição, que é previsto em lei, além de receberem do gerente do escritório do Depasa em Xapuri, Marcos Mansour, um tratamento que ele classifica como assédio moral. Mirclei diz que o gestor não os trata com respeito, faz ameaças e exige deles o cumprimento de tarefas impossíveis de serem realizadas.


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Como exemplo do tratamento recebido, o trabalhador cita que Mansour, como é chamado o gerente, não respeita as folgas dos funcionários e os telefona a qualquer momento para fazer serviços sob a justificativa de que “o horário de trabalho dos servidores é quando o Depasa precisar”. De acordo com ele, Marcos Mansour também exige que os funcionários façam serviços que não são da alçada da autarquia, como é o caso de ligações internas, que são de responsabilidade do consumidor.


Mirclei denuncia também que, como a principal estação de Xapuri, onde ele trabalha, não está com plena capacidade de funcionamento, o gerente exige que artimanhas sejam feitas para que a água seja bombeada para a população sem o devido tratamento. Ele diz que existe uma “gambiarra” na estação que permite que o fluxo de água seja desviado, chegando aos consumidores sem passar pelos filtros.


A respeito das condições de trabalho, elas são relatadas por um dos operadores como desumanas. Ele diz que desde janeiro os plantonistas trabalham sem EPI’s e que equipamentos de uso individual são usados de maneira coletiva. “O alojamento estava cheio de goteiras, tendo os funcionários tirado dinheiro do próprio bolso para fazer melhorias no telhado da sala onde ficam as caixas d’água que estavam sendo atingidas pela queda de fezes de ratos e morcegos”, diz.


Em meio ao material que o trabalhador enviou ao ac24horas, consta um áudio, que seria do gerente Marcos Mansour, no qual ele chama a atenção para o desaparecimento de um balde (embalagem de cloro), exigindo que os funcionários deem conta do mesmo, pois ele precisa vender o vasilhame para arrecadar dinheiro para fazer reparos na estação de tratamento.


Por fim, o servidor relata que a eles não é permitido pela gerência deixar a estação durante o plantão de 24 horas para almoçar ou ir buscar marmitas, sendo que o local de trabalho não oferece condições para que eles preparem ali sua alimentação. Ele diz que todas essas informações já foram comunicadas tanto à direção estadual do Depasa quanto ao Sindicato dos Urbanitários, sem que tenham tido resposta até o momento.


O ac24horas entrou em contato com o gerente do Depasa em Xapuri, Marcos Mansour, que negou todas as denúncias. “O que eu tenho para falar é que tenho quase morado dentro desse Depasa. A minha dedicação é total, afinal quem paga o meu salário é a população. Eu deveria ficar no escritório, mas não faço isso. Eu fico na rua visitando as estações, tirando vazamento, tento fazer ligação de água e trocando boia que não é atribuição nossa. Essas denúncias dos servidores não procedem”, disse Mansour.


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