A líder indígena Francisca Arara que chefia o Departamento de Normatização e Registro do Instituto de Mudanças Climáticas (IMC) disse na manhã deste sábado que se o novo coronavírus chegar nas terras indígenas poderá exterminar as etnias. “Se for pra gente viver na floresta por dez anos a gente consegue porque essa é a nossa cultura”, analisou a indígena.
O que Francisca teme é que a transmissão seja levada por algum branco ou gringo para as terras indígenas. Ela elogiou a decisão de caciques de fechar os acessos as aldeias. Ela defende testes rápidos nas populações.
“Estamos fazendo a nossa parte, mas, isso não tira a responsabilidade do estado em fazer chegar testes rápidos, alimentação através da merenda escolar que ainda não foi definida se chegará nas aldeias”, acrescentou.

Francisca Arara que chefia o Departamento de Normatização e Registro do Instituto de Mudanças Climáticas (IMC) – Foto: reprodução
Em Mâncio Lima uma corrente impede a saída de indígenas de terras demarcadas. Textos em línguas indígenas estão sendo distribuídos ilustrando as regras da organização mundial de saúde para evitar a contaminação.
“Temos aldeias distantes cinco dias de barco das cidades e outros que moram as margens das BRs. Deus me livre se isso chegue em qualquer uma dessas áreas, será o fim das nossas etnias” alertou.
As diversidades geográficas mostram, segundo Francisca, prioridades diferentes. Ela chama atenção para a distribuição de cestas básicas com alimentos diferentes, baseada em frutas e não em alimentos comuns aos brancos.
“Nós também precisamos de álcool em gel e dos produtos de limpeza que podem nos prevenir ainda mais. Estamos nos mobilizando também, com projetos que devem ser financiados pelas organizações internacionais” concluiu.