O comandante da Polícia Militar do Acre, coronel Ulysses Araújo, pode está com o prazo de validade vencendo no cargo, devido seus pensamentos políticos para as eleições majoritárias de 2022.
O militar não esconde de ninguém suas pretensões para o pleito daqui a dois anos e, inclusive, confirmou isso ao ac24horas. Ocorre que uma ala do Palácio Rio Branco não vê com bons olhos essa atitude, já que ele, possivelmente, poderia usar a estrutura para se promover e lançar candidatura futura para disputar o cargo de governador contra Gladson Cameli, que já declarou que será candidato a reeleição.
A reportagem procurou o comandante. Ele diz que não existe nenhuma possibilidade de ele deixar o cargo e que, inclusive, já havia comunicado isso ao governador. “O que ocorre é em que em abril deste ano eu completei 30 anos de serviço na PM; ou seja, já tenho o direito de ir para a reserva e isso acaba gerando especulações, mas descarto essa possibilidade. O governador inclusive perguntou isso para mim e eu disse que essa não era a minha intenção pois estamos fazendo um bom trabalho”, enfatizou.
Ulysses ressaltou que abriu mão da disputa de 2020, mas que seu grupo político está no PSL e que pensará em eleições só em 2022. “Eu vou analisar essa situação só em 2022. Vamos fazer uma pesquisa e avaliar. Penso que poderei concorrer de deputado federal para cima, mas não sei… são uma série de conjecturas”, explanou o militar quando questionado se tinha a intenção de disputar o governo.
O fato de Ulysses ter esse pensamento não agrada em nada membros do Conselho Político do governador Gladson Cameli que já o teria aconselhado a ter uma conversa mais séria com o comandante no intuito de “amarrá-lo politicamente” ou até mesmo chegar num possível consenso de uma exoneração e “saída honrosa”.
Pelo menos dois nomes são cotados caso Ulysses deixa o cargo. O primeiro seria do coronel José Rosemar Andrade de Messias, primo do governador e que atualmente está na subchefia do gabinete militar e também existe a possibilidade do retorno do Coronel Ezequiel Bino, que já comandou a tropa num curto período em 2019.
Caso as especulações de bastidores se confirmem, essa seria a terceira troca do Comando da PM em menos de dois de governo de Gladson Cameli. No início da gestão, o coronel Mário Cezar havia assumido o comando da caserna, mas poucos meses depois, foi substituído por Ezequiel Bino, após uma série de desgastes internos, que recentemente abriu vaga para Ulysses.