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Dia do Trabalhador tem gosto amargo para mais de 15 mil novos desempregados no Acre

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O Dia do Trabalhador deste 1º de maio de 2020 tem um significado contrário para mais de 2 mil profissionais que tiveram de ser dispensados do trabalho durante a pandemia do novo coronavírus (Sars-Cov-2) no Acre. Ao invés de comemorar a data com o feriado, essas pessoas convivem com pouca ou nenhuma perspectiva diante de uma grave crise econômica que ronda o estado. De abril do ano passado para abril deste ano, foram 16.881 trabalhadores formais que perderam seus postos de trabalho, segundo dados da base de gestão do Seguro-Desemprego.


O decreto governamental que determina o fechamento de estabelecimentos considerados não essenciais neste período de transmissão em massa do vírus, já foi visto como um “soco no fígado do empresário” para o presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Acre (Fecomércio-AC), Leandro Domingos. De acordo com o representante da Associação Comercial, Industrial, de Serviços e Agrícolas (Acisa) no estado, este dia 1º abre um mês totalmente preocupante.

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“Em pouco mais de um ano tivemos mais ou menos 20 mil pessoas desempregadas, colocadas fora do mercado de trabalho. Com o decreto que vigora há pouco mais de um mês, empresas pequenas começaram a demitir. A maioria das empresas de pequeno e médio porte suspenderam os contratos dos funcionários ou deram ferias coletivas, buscaram alternativas para tentar se manter em meio a essa crise gerada com a pandemia”, explica Celestino Bento, presidente da Acisa no Acre.


Uma pesquisa já foi elaborada por economistas do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae-Ac), Acisa, Federação das Indústrias do Estado do Acre (Fieac) e o governo durante a pandemia do coronavírus no estado. “Do início da pandemia até hoje, já aconteceu uma redução no número de empregos formais de aproximadamente 10%”, diz José Adriano, presidente da Fieac.


O estudo mostra ainda que ao menos 20% das empresas locais estão pensando em demitir funcionários com carteira assinada neste período. 10% das empresas tomaram medidas de redução da jornada de trabalho, mas preservando empregos. 77,78% das empresas deram férias coletivas para funcionários e 11% das empresas já demitiram.


A preocupação maior entre a classe empresarial é com o agravamento dos resultados negativos diante da crise gerada pelo vírus. “Com certeza, isso [demissões] vai acontecer agora com maior força neste mês de maio porque começam [os empresários] a não enxergar horizonte e não ter perspectivas positivas. Gostaria que não acontecesse, mas as demissões começam com força maior a partir de maio agora”, lamenta Celestino.


Hoje, mais de 350 mil acreanos estão aptos a receber o Auxílio Desemprego de R$ 600 oferecido pelo governo federal na tentativa de minimizar o impacto das demissões. O governo acreano garantiu que está trabalhando para intensificar o combate à epidemia da Covid-19 no Acre para que o comércio possa ser retomado com maior normalidade. “Sei que as pessoas precisam trabalhar, mas tomem os cuidados e fiquem em casa, se puder. Para flexibilizar o decreto [ e abri o comércio], temos que criar novos leitos de hospitais, tudo isso tem que ser colocado na balança”, explicou Gladson Cameli.


A previsão ventilada para a retomada do comércio no estado foi o dia 4 de maio, mas uma reunião posterior decidiu que o afrouxamento do decreto de isolamento vai depender da diminuição dos casos de Covid-19, o que não vem acontecendo no Acre. Em apenas 24, foram contabilizados 50 novos casos da doença, elevando o número de infectados para mais de 400 e 19 óbitos.


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