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Costureiras batem recorde com vendas de máscaras na cidade do Bujari

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Parece notícia do tempo da vovó, mas a turma que tem andado de agulhas em punho, dando novo sentido à atividade de antigamente, não passa dos 60 anos. Moradoras do município do Bujari, elas saíram da dependência de grandes indústrias e ponto a ponto, os produtos se transformaram em um sucesso nas feiras nacionais e até de exportação.


Graças a essa iniciativa é possível contar histórias como a de Creuzimar Costa Vila Nova. Há dois meses ela batia nas portas de políticos e até da prefeitura do município do Bujari atrás de uma parceria para realizar o sonho de ter uma malharia. Na manhã desta segunda-feira (20) ela não conseguiu sair da frente da máquina industrial produzindo mascaras de tecido. Os pedidos chegavam de toda parte.

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“Era um sonho que eu tinha, isso se transformou em realidade graças a cooperativa da Poliana e hoje estou aqui garantindo o sustento da família”, disse Creuzimar.


O que malharia tem a ver com o bordado, o crochê e o tricô?

É que além da produção em série de máscaras de tecido, estimulada pelos impactos do coronavírus no Acre, existe uma história de empreendedorismo iniciada pelo casal Anselmo e Poliana Maia que há mais de 15 anos trabalham com artesanato no Bujari. Eles coordenam um grupo de 100 famílias em todo o estado, a maioria, trabalhando crochê como antigamente, o chamado bordado de mão livre.


“Foi difícil fazer as pessoas acreditarem no diferencial, ou seja, o bordado como antigamente, mas, aos poucos fomos mostrando que além da arte, produziamos nossa fauna, nossa flora e a história do Acre”, comentou Poliana.


E assim, por trás de cada movimento das mãos, com tecidos 100% algodão, não só o desejo de se expressar artisticamente e dar uma relaxada começou a ser comercializado, “mas também o de empoderar mulheres e tirá-las da dependência dos maridos, do bolsa família entre outros objetivos”, falou Anselmo.


Hoje a marca pensada pelo casal chega anualmente nas duas principais feiras de artesanato do Brasil, começando pelo Salão do Artesanato edições de Brasília e São Paulo e passando por Recife, na Feneart.


“Toda produção anual é para as feiras nacionais e para a Expoacre, isso garante uma renda anual extra para essas famílias. Nesses eventos recebemos encomendas de outros países que acabam ajudando na renda de cada um cooperado”, disse Anselmo.


Quem diria que a ideia inicial de transformar a cidade do Bujari referência em artesanato para o mundo daria certo. A Cooperativa Paiol e o Grupo de Bordado Helicônia se estabeleceram no Catálogo do Sebrae que reúne os melhores profissionais do Brasil. A organização também tem endereço eletrônico no Instagram onde exibem as melhores peças.


“Hoje recebemos pedidos das cidades de Chicago, da Alemanha e de países europeus graças a nossa participação nas feiras e na Expoacre. A maioria dos pedidos vem através do catálogo do Sebrae e agora pelo endereço eletrônico”, destaca a empreendedora.


Ainda de acordo Poliana, cooperação é a palavra chave do negócio. Com a crise da pandemia do coronavírus e o adiamento da Feira de Artesanato de Brasília que aconteceria em junho, produzir mascaras de tecidos foi uma saída para ajudar as mulheres que vivem do ramo.


“Nossas mascaras tem sido um sucesso, dentro da produção em larga escala encomendada pela secretaria municipal de saúde, empresas locais, também estamos fabricando algumas peças com nossa identidade visual e a linha especial de tecido. A malharia é outro braço da produção criado para ajudar mais famílias. A procura é grande”, disse dona Marines Ferreira, que também trabalha na cooperativa.

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Helicônia, também conhecida como caeté ou bananeira do mato, é o nome geral dado às plantas do gênero Heliconia, o único da família Heliconiaceae (APG). A variedade é comum em jardins decorativos. Suas folhas atingem até 3 metros de altura e são parecidas com as da bananeira, uma Musaceae.


“O mais gratificante é ver nossa linguagem nos produtos e a capacidade que cada mulher tem em criar sem se preocupar com pontos ‘perfeitos’. Esse bordado livre além de terapia é um encontro de mulheres”, concluiu Poliana.


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