O cruzeirense Mateus Barbary e outros 4 colegas do Juruá que estudavam medicina nas cidades bolivianas de Santa Cruz e Cochabamba percorreram 3.780 quilômetros até chegarem em Cruzeiro do Sul neste sábado, 18. Eles fazem parte do grupo de 79 estudantes acreanos, que foram trazidos de Corumbá, no Mato Grosso, pelo governo do Estado em dois ônibus que chegaram ao Acre na sexta, 17.
Devido ao Covid, a viagem foi cheia de dificuldades, mas a sensação agora, segundo ele, é de alívio. Foram quatro dias de viagem passando por quatro estados.
“A gente saiu domingo a noite de Santa Cruz, na Bolívia, depois fomos para Corumbá já no Brasil, passamos por 4 Estados: Mato grosso do Sul, Mato Grosso, Rondônia e Acre. Demoramos 6 dias pra chegar até Cruzeiro do Sul. O estado de Rondônia rejeitou a nossa hospedagem em qualquer parte do estado então tivemos que viajar direto para o Acre”
Mateus que estuda o 7° período de medicina Universidad Católica Boliviana em Santa Cruz, diz que no país vizinho as dificuldades já eram grandes por causa do agravamento da situação da pandemia de Coronavírus. “As coisas estavam cada vez mais complicadas na Bolívia. Já não podia sacar mais dinheiro. Estamos agradecidos pela ação do governo do Estado de nos trazer em segurança para casa”.
As incertezas não acabaram e não há previsão de retomada do ano letivo nas universidades. “Eu acho que a gente volta a estudar esse ano. Talvez possa perder o semestre da faculdade ou não, porem não temos certeza de nada, temos que esperar a resposta das autoridades”.
A repatriação do grupo foi possível graças ao Governo do Estado do Acre, Universidade Federal do Acre, Instituto Federal do Acre, Polícia Rodoviária Federal e deputado federal Alan Rick.
Os ônibus foram cedidos pelas duas instituições , o governo arcou com o combustível, manutenção mecânica e quatro motoristas. A PRF escoltou os ônibus durante todo o trajeto desde o Mato Grosso do Sul até o Acre.
Os estudantes reconhecem e agradecem apoio dado pelo governo do Acre. O cruzeirense Marcos Alírio afirmou que o esforço do governo e demais instituições foi fundamental para o sucesso da repatriação dos acreanos. ” A situação na Bolívia é muito imprevisível. O sistema de isolamento que eles colocaram como abusivo, principalmente, para os estrangeiros. Agradeço ao governo, aos motoristas, aos policiais que fizeram nossa escolta e demais pessoas que estiveram envolvidas”.
Os 79 estudantes agora cumprem quarentena em suas casas. Caso apresentem algum sintoma da Covid-19, os repatriados serão submetidos a exames para confirmar a presença do vírus no organismo.