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SBD diz que não há evidências de que exposição ao sol e vitamina D previnam Covid-19

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Enquanto o mundo corre para desenvolver uma vacina ou um medicamento para combater um novo tipo de coronavírus que afeta o planeta, boatos e correntes nas redes sociais espalham a ideia de que haveria uma arma poderosa e ao alcance de todos na prevenção da mais recente ameaça à saúde humana. Essa solução seria a vitamina D, ao alcance de todos por meio da exposição ao sol e consumo de alguns alimentos.


No entanto, conclusões de um documento divulgado recentemente pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) alertam que não existe qualquer evidência científica de que a exposição ao sol e a absorção indiscriminada de vitamina D ajudem na prevenção à covid-19 ou ao seu agente causador. De acordo com o texto, as indicações nesse sentido ainda carecem de mais estudos e pesquisas, sendo, portanto, inconclusivas.

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Disponibilizado no domingo (12/4), o documento afirma que a população deve adotar, em sua rotina, alimentação balanceada, atividade física regular e exposição solar leve e habitual (estender roupa no varal, levar o lixo na rua, caminhar com o cachorro), o que pode estimular a produção de vitamina D no organismo ou sua absorção, contudo deve estar consciente de que, até o momento, não há qualquer evidência científica relevante de que isso será um fator de proteção contra a Covid-19.


“Ficamos preocupados com a divulgação, por meio da imprensa e nas redes sociais, de soluções mirabolantes, que apontam o aumento da carga de vitamina D como um fator de aumento de proteção contra a Covid-19. Os poucos indícios nesse sentido ainda precisam ser mais bem-avaliados. Qualquer menção dando conta de que ao tomar comprimidos de vitamina D a pessoa ficará mais protegida contra o coronavírus é prematura e irresponsável”, disse o presidente da SBD, Sérgio Palma.


Segundo ele, a divulgação de recomendações nesse sentido vem na esteira da necessidade que alguns grupos têm de encontrar uma resposta para os problemas apresentados “a qualquer custo”, o que, como cita o documento, “abre espaço para que propostas carentes de embasamento técnico e científico tenham visibilidade”.


Faltam estudos

No trabalho produzido pela SBD, suspeita-se que além de os segmentos da população considerados como de risco, como idosos, imunocomprometidos e portadores de doenças crônicas, as pessoas com deficiências nutricionais (ferro, zinco, vitamina D, vitamina C, dentre outros) tenham sua resposta imunológica prejudicada e, por isso, se tornem mais susceptíveis às complicações da doença.


Porém, alerta o documento resultante da análise de vários trabalhos científicos já publicados, faltam estudos controlados que estabeleçam a hipovitaminose D como um fator de risco “independente”, ou um simples confundidor na complexidade do processo saúde-doença. Mais distante ainda, afirma o relatório da SBD, é a evidência de benefício de suplementação irrestrita de vitamina D como agente profilático do coronavírus.


“Esse contexto de resultados inconclusivos quanto à intervenções preventivas, leva a SBD a manter sua recomendação de que os brasileiros, acima de tudo, façam adesão à restrição de contato social, ao reforço aos hábitos de higiene e sejam submetidos à testagem sistemática nos sintomáticos e seus contatos como forma de prevenir o aparecimento de novos casos e o avanço da Covid-19. Todos aqueles com sabida deficiência de vitamina D, devem fazer suplementação oral sob supervisão médica”, conclui o texto da Sociedade Brasileira de Dermatologia.


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