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USP realiza estudo sobre coronavírus no Vale do Juruá

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A Universidade de São Paulo (USP) começa nos próximos dias a estudar a dinâmica de transmissão do novo coronavírus em Mâncio Lima.


A pesquisa será coordenada pelo professor do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (ICB-USP) Marcelo Urbano Ferreira, que há muitos anos realiza estudos de campo na região com o objetivo de combater a malária.


Até esta quarta-feira (8) o município não tinha nenhum registro de coronavírus. “Com 18 mil habitantes, Mâncio Lima é o município brasileiro com maior incidência de malária. Temos realizado inquéritos domiciliares com uma amostra da população a cada seis meses. Visitamos 2 mil pessoas, aplicamos questionários e colhemos amostras de sangue para diversos estudos”, conta Ferreira. O trabalho tem sido feito no âmbito do Projeto Temático “Bases científicas para a eliminação da malária residual na Amazônia Brasileira”.

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A última coleta de sangue foi feita entre os meses de setembro e outubro de 2019 – antes, portanto, de o novo coronavírus chegar ao Brasil. A próxima estava prevista para começar agora em abril, mas foi adiada em decorrência das medidas de isolamento social impostas para combater a Covid-19.


“Optamos por coletar, entre maio e junho, apenas amostras de pacientes com suspeita da doença atendidos em um serviço de saúde local, para acompanhar os casos agudos. O próximo inquérito domiciliar deve ocorrer entre os meses de setembro e outubro de 2020, quando pretendemos avaliar nessa população a taxa de soroconversão, ou seja, quanto indivíduos que antes não tinham anticorpos contra o SARS-CoV-2 passaram a ter”, conta Ferreira.


Segundo o pesquisador, a análise permitirá estimar quantas pessoas na região ainda são suscetíveis ao novo coronavírus e podem ser afetadas caso ocorra uma segunda onda de disseminação da doença.


Nos próximos inquéritos (previstos para abril/maio e setembro/outubro de 2021) também será possível avaliar se os anticorpos ainda permanecem no organismo dos participantes que testaram positivo na análise anterior.


“Ainda não se sabe se a imunidade induzida pela infecção permanece para sempre ou desaparece após algum tempo, como ocorre com a gripe”, explica.


Por meio dos questionários aplicados em inquéritos anteriores, o grupo mapeou as redes de interação social entre os moradores do município. Segundo Ferreira, essa informação permitirá estimar a dinâmica de transmissão do vírus, ou seja, quem passou para quem e em qual situação.


“Partimos da hipótese de que muitas infecções por SARS-CoV-2 passam despercebidas e os portadores assintomáticos podem continuar disseminando o patógeno em suas interações sociais cotidianas”, afirma.


(Agência Fapesp)


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