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Irmã de vítima do coronavírus conta que família não recebeu assistência e que funerárias se negaram a pegar o corpo

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Maria do Carmo Pismel da Silva está completando 70 anos nesta quarta-feira, 8. O dia, infelizmente não é de comemoração. Afinal, a aniversariante é irmã de Maria Lúcia Pismel de Paula que faleceu nesta terça-feira e foi a segunda vítima do coronavírus no Acre.


Só que Maria do Carmo, ou Carminha como é mais conhecida, tem sentido mais que tristeza pela morte de sua irmã. Revolta e indignação são sentimentos que acompanham a família desde o momento em que foi anunciada a morte de Maria Lúcia.

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Segundo Carminha não houve qualquer orientação e assistência por parte da equipe do pronto-socorro. “Ligaram do Huerb e disseram que tinha que tirar o corpo de lá, que não podia ficar lá. Não teve assistência social, instrução e acompanhamento nenhum. Não disseram nada, não passaram nenhuma orientação para nossa família. Simplesmente enrolaram o corpo e mandaram tirar de lá”, diz Carminha.



A irmã da idosa de 75 anos que morreu vítima do coronavírus conta que a falta de orientação no pronto-socorro era apenas o início de uma saga. Carminha conta que nenhuma funerária de Rio Branco quis pegar o corpo. “Nenhuma funerária quis pegar o corpo da minha irmã no Huerb. Como temos parentes que moram no Quinari conseguimos que uma funerária de lá viesse pegar o corpo”.


Carminha conta ainda que a vigilância sanitária de Senador Guiomard não quis permitir que o corpo da idosa ficasse no município. “A vigilância sanitária municipal não queria que o corpo da minha irmã ficasse na cidade. Com muito custo, conseguimos que o corpo ficasse trancado na funerária. Nesta manhã, quando foi 6 horas, a vigilância chegou na funerária dizendo que o corpo tinha que sair de lá para ser sepultado”, diz.


A irmã, revoltada, conta ao ac24horas que para conseguir enterrar Maria Lúcia foi outro momento de intenso constrangimento para a família. “Minha irmã tinha um terreno comprado no São João Batista, mas a administração disse que ela não poderia ser enterrada lá. Conseguimos sepultamento no Jardim da Saudade. Acontece que o sepultamento foi marcado para às 9 da manhã. Como a vigilância determinou que saísse do Quinari às 6 horas, todo esse tempo, a funerária ficou com o corpo da minha irmã em frente ao cemitério dentro do carro sem poder entrar”, explica.


Mesmo em um momento de tristeza, Carminha faz questão de agradecer aos médicos que atenderam sua irmã. “Eu estou arrasada com tudo que aconteceu, mas queria agradecer aos médicos da Unimed e do pronto-socorro que fizeram tudo para tentar salvar a vida da minha irmã”, agradece.


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