Nunca antes na história deste país (royalties para o presidiário solto), se ouviu falar tanto de uma organização internacional como agora. Refiro-me, obviamente, à OMS – Organização Mundial da Saúde que, indiretamente, de uma hora pra outra, sem que você tenha sido consultado, entra na sua vida e o tranca em casa. Você, eu e o resto do mundo estamos enclausurados, submetidos a uma diretriz de confinamento cuja natureza, a meu juízo é ditatorial, logo, inaceitável.
Não pretendo discutir os aspectos intrínsecos ao vírus chinês e à pandemia, não tenho nenhuma expertise na área, além disso, parece suficientemente esclarecido que o problema mesmo é de incapacidade dos sistemas de saúde de prestar assistência ao fluxo provável de contagiados em situação de sobrecarga. Interessa fazer uma brevíssima reflexão sobre o papel da OMS e o significado político mais amplo deste ordenamento que seduz tantos, à esquerda e à direita.
Vejo a crise do vírus chinês demonstrar a natureza autoritária daquilo que muitos estudiosos apontam como sendo o Comando Supranacional a partir da ONU. A título de exemplo, no último dia 26/03, o ex-Primeiro-Ministro do Reino Unido, Gordon Brown, sem nenhum pudor, propôs a criação de um governo global para cuidar da pandemia. Escudados na crise sanitária, os figurões que realmente mandam na OMS/ONU pretendem e já conseguem, sem que para isto seja necessário guerras ou disputas, determinar gravosos limites à nossa liberdade, o que constitui base para todo o tipo de ação autoritária.
Note-se que não é pela força que a OMS se impõe, ela não obriga nenhum país a seguir qualquer de suas diretrizes, por suas recomendações, tratados e acordos não teria como suprimir as soberanias nacionais. A OMS se impõe é pela hegemonia que exerce como organização internacional que presumivelmente possui a melhor expertise sobre o tema, de modo que discordar ou desobedecer suas normativas soam como sacrilégio. Prestem atenção no noticiário e verão que todos, incluindo os políticos e especialistas consultados, se ancoram em “segundo a OMS…”, ou seja, há ali um obvio recurso ao argumentum ad verecundiam (argumento da autoridade), que vige como atestado prévio de força e veracidade, impedindo com isto qualquer discussão. Assim, sem dar-se conta, o cidadão é levado a pensar que sua eventual discordância é uma estupidez. Não sei se é, mas com certeza deixar de enunciá-lo é uma renúncia à liberdade de expressão.
É fácil perceber que alguns governantes nacionais e locais gostaram da possibilidade de exercer seus instintos totalitários. O tal “Fique em Casa” é para muitos uma ordem, um exercício de poder e não, como deveria ser, uma sugestão, um ensinamento, um convencimento que gere uma atitude refletida e consciente. Presidentes e governadores testam a democracia com medidas que vão de perseguição a transeuntes, fechamento de comércios e fábricas, a ameaças de toque de recolher. Exemplo radical, mostra o presidente das Filipinas, que mandou atirar para matar em quem desobedecer o toque de recolher. Os tiranetes da hora esquecem que quem grita “Fique em Casa!” aprisiona uma alma livre e o desejo de liberdade é maior que a paixão, como diria o poeta Rubem Alves.
Há muito tempo tenho como certo que o governo global está sendo gradualmente construído pela perspectiva ambiental. A nossa relação com o meio ambiente, acusada de deletéria e suicida pelo IPCC, ONU, ONG’s etc., e o pânico climático insistentemente difundido pela mídia internacional darão, em algum momento no futuro, pretexto para a imposição do modo de vida tido como saudável e possível pelas autoridades, obrigando-o a exercê-lo. A ideia é de que o argumento da autoridade prevaleça e sua liberdade sofra (já sofre) limitações severas sem que você tenha autorizado, ou sequer percebido.
Inesperadamente, o vírus chinês e a OMS vieram antes e, em alguns meses, conseguiram demonstrar a fragilidade de nossas instituições e de nossos líderes, revelando a face autoritária de falsos democratas que fazem escada na política subindo de galho em galho. Os governadores do Rio G. Sul, São Paulo, Rio de Janeiro, Pará, Goiás e Maranhão parecem os mais afoitos em seus espasmos totalitários. Cúmulo da rendição, o MPF chegou a tratar como crime a desobediência às recomendações da OMS, ainda que sejam discutíveis e imprecisas como demonstram dezenas de renomados cientistas. No mesmo sentido, seguido da OAB-PT, o Ministro Luis Roberto Barroso, do STF, fez mais uma de suas barrosidades politicamente corretas. É espantoso!
Surpreendentemente para alguns, foi o Presidente Bolsonaro quem, embora frequentemente acusado de todos os adjetivos atinentes ao autoritarismo, deu a maior prova de respeito à liberdade. O Presidente cogitou um isolamento vertical, seletivo, que proteja os idosos, os imunodeprimidos e portadores de doenças crônicas, (jovens saudáveis não frequentam as estatísticas de mortes) e libere as forças produtivas para o trabalho. Enfrentando praticamente toda a mídia e oposição política, inclusive especialistas que arrematam suas conclusões com um esperto e precavido “poderá acontecer” isto ou aquilo, e farsantes que pretendem falar em nome de um “consenso científico” que de fato não há, Bolsonaro pôs em relevo a necessidade de minimizar os profundos efeitos econômicos, sociais e… sanitários! da crise e reconheceu a liberdade como princípio fundamental.
Há uma grande diferença entre o “Fique em casa!” dos governadores politicamente determinados a criar constrangimentos ao governo federal, o “Você não deve sair, fique em casa!” da mídia oportunista, e o “Se puder, saia de casa” do Presidente Bolsonaro. Ao condicionar a autoclausura a um arbítrio individual do cidadão em suas próprias condições e interesses, o Presidente da República põe no altar a liberdade do indivíduo e desautoriza, com razão, a OMS/ONU como Governante Global, posto que é dela que emana o argumento da autoridade replicado ao extremo entre nossos especialistas, mídia e políticos de oposição. Aliás, nesta terça-feira 31/03 o vice-primeiro-ministro japonês, Tarô Asô, acusou a OMS de apenas seguir a orientação chinesa. Sempre a China! Por que será? Talvez tenha a ver com ISTO, ISTO ou ISTO.
Ainda que a crise sanitária do vírus chinês seja debelada brevemente (a crise econômica levará anos), independentemente de sua dimensão, é certo que em alguma medida experimentamos nestes dias um ensaio de supressão da nossa liberdade, o que, pelo menos a mim, afronta e atemoriza mais que qualquer enfermidade.
A respeito, lembro John Locke (1632-1704), filósofo inglês, pai do empirismo e precursor do liberalismo econômico que, apesar de reconhecer a supremacia do Estado, em 1689 no clássico indispensável “Dois Tratados sobre o Governo Civil” cravou TODO HOMEM É NATURALMENTE LIVRE E NADA PODE SUBMETÊ-LO A QUALQUER PODER SOBRE A TERRA, SALVO POR SEU PRÓPRIO CONSENTIMENTO. Lamentavelmente há, nesse mundo doente, ilustríssimos(as) e excelentíssimos(as), da política e da justiça, que se submetem graciosamente à “autoridade” OMS/Mídia, talvez sem saber que servem ao Estado Absoluto que anda de braços dados com o Governo Global.
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