Depois de advertir os funcionários e usuários da balsa que faz a travessia da área central de Xapuri para o bairro Sibéria, o promotor de justiça substituto da comarca, Thiago Marques Salomão, determinou a paralisação dos serviços da embarcação, no fim da tarde dessa segunda-feira, 23, até que as deficiências sejam sanadas.
O motivo da intervenção do Ministério Público foi a recorrente aglomeração de pessoas no interior da balsa durante as travessias e a falta de equipamentos de proteção para os operadores. Antes da decisão, uma guarnição da Polícia Militar havia cobrado o cumprimento das normas.
A determinação feita pelo serviço de saúde do município e pelo Ministério Público, por meio da Promotoria de Justiça local, é de que sejam transportadas apenas 15 pessoas por vez a cada viagem da embarcação, o que não vinha sendo cumprido.
De dimensões reduzidas, a embarcação faz a travessia de cerca de mil pessoas por dia entre os dois lados da cidade e costuma trafegar com uma grande quantidade de pessoas por vez, entre pedestres, motociclistas e motoristas em geral.
Relatos dos tripulantes dão conta de que as pessoas costumam não obedecer às orientações de segurança e que, com a pandemia do coronavírus, a situação teria se tornado mais complicada, com o agravante da falta de material de proteção para os trabalhadores.
Depois de ser informado da medida do promotor, o diretor-presidente do Departamento de Estradas e Rodagens do Acre (Deracre), Ronan Fonseca, afirmou que enviaria nesta terça-feira, 24, a notificação do MP ao departamento jurídico do órgão para que sejam avaliadas as providências a serem tomadas.
Ronan Fonseca relatou também a dificuldade para encontrar no mercado acreano os itens exigidos – máscaras, luvas e álcool gel – para que as medidas de prevenção sejam atendidas. Ele pediu a ajuda da Câmara de Xapuri para que o bairro da Sibéria não fique isolado, uma vez que a paralisação compromete o abastecimento e o atendimento da polícia, dos bombeiros e de saúde aos moradores daquela região do município.