Familiares de funcionários da Usina de Beneficiamento de Castanha Chico Mendes, em Xapuri, gerenciada pela Cooperativa Comercialização Extrativista do Acre – Cooperacre – entraram em contato com o ac24horas denunciando que a indústria não está obedecendo as determinações dos governos estadual e municipal, mantendo a sua linha de produção em funcionamento normal.
O temor dos trabalhadores teriam sido amplificados pela informação que correu entre eles, via grupos de rede social, de que o presidente da Cooperacre, Manoel José da Silva, o Manoel da Gameleira, que é um dos casos confirmados de coronavírus no Acre até o momento, teria vindo a Xapuri e visitado a usina antes de ter o diagnóstico positivo para a doença.
Entramos em contato com um dos membros do Conselho Gestor da Cooperacre no município, Sebastião Nascimento de Aquino, o Tião do Daú, que fez alguns esclarecimentos. Inicialmente, ele explicou que há um mal entendido quanto à notícia de o presidente da cooperativa ter vindo a Xapuri. Segundo ele, isso não ocorreu. Quem veio a Xapuri foi outro Manoel, o Monteiro, que é o superintendente da Cooperacre.
Sobre o funcionamento da usina, Tião do Daú diz que não houve ainda a determinação da direção da Cooperacre para suspender o funcionamento. De acordo com ele, a usina parou apenas o recebimento castanha e está trabalhando apenas no processamento e embalagem da matéria-prima que há em estoque, com todas as medidas de prevenção e proteção dos trabalhadores sendo tomadas.
Mais de 40 funcionários trabalham, atualmente, na usina de castanha de Xapuri. O dirigente argumenta que a separação de setores dentro da indústria não permite que haja aglomeração de pessoas acima daquilo que foi coibido pelas determinações. Ele diz também que nenhuma visita ou entrada de pessoas estranhas aos serviços está sendo permitida na usina e que até o fim deste mês novas medidas deverão ser tomadas quanto à possível paralisação do funcionamento.
Comunicada do assunto, a equipe de monitoramento da Secretaria Municipal de Saúde informou por meio de um de seus membros, no fim da manhã desta segunda-feira, 23, que a direção da usina será notificada a parar. Segundo a fonte, a atividade não se enquadra como parte da cadeia produtiva de alimentos de primeira necessidade para a população, o que daria, pelo decreto governamental, legitimidade para a continuidade do funcionamento da indústria.