Uma coletiva de imprensa ocorrida na manhã desta sexta-feira, 28, marcou a apresentação do tema da Campanha da Fraternidade 2020, que este ano será Fraternidade e Vida: Dom e Compromisso, e o lema: “Viu, sentiu compaixão e cuidou dele”. Na ocasião, o bispo Dom Joaquín Pertíñez destacou a Exortação Apostólica “Querida Amazônia”, escrita pelo Papa Francisco. O documento é uma resposta ao Sínodo da Amazônia e traça novos caminhos de evangelização e cuidados com o meio ambiente e com os pobres, além de encorajar o papel dos leigos nas comunidades eclesiais.
“A Campanha da Fraternidade só acontece no Brasil e a cada ano é escolhido um tema diante das circunstâncias, necessidade e do ambiente que vive a nossa sociedade. São dois anos que levou a preparação e o estudo deste sínodo”, afirmou. O bispo destacou que milhares de pessoas ajudaram a construir o estudo. “Esse Sínodo quis recolher essas vozes que quase não são escutadas nos lugares. O Papa Francisco queria escutar principalmente os povos mais abandonados e originários que se sentem mais excluídos e marginalizados expulsos de suas próprias terras”, explicou.
Segundo ele, o Papa Francisco é muito sensível às questões ligadas a Amazônia. “Ele sonha em termos uma Amazônia melhor com sonho ecológico, cultural, eclesiástico e social. E todos devemos a sonhar e a colocar em prática esses sonhos. Nas próximas reuniões iremos abordar esses novos caminhos para a evangelização dentro da ecologia integral que o papa não esquece da importância da Amazônia no planeta terra”, relatou.
Questionado sobre uma possível intenção da igreja Católica em internacionalizar a Amazônia, o bispo negou qualquer interferência do Vaticano e atribuiu o fato a uma “invenção do governo brasileiro”. “Isso não existe e nunca se falou isso. Isso foi uma invenção do governo (brasileiro) que não quer que o Papa fale sobre a Amazônia”, garante Joaquín.
A Amazônia, de acordo com o bispo no Acre, é de todos, um patrimônio mundial. “São nove países que participam da Amazônia. O Papa mostra muita preocupação por tudo que acontece na Amazônia e todos são conscientes sobre os problemas e desafios. E parece que o governo não quer que o Papa interfira e diga o que tenha que fazer o governo brasileiro: que é acabar com as queimadas, mineradoras, todas essas problemáticas. E o Papa é muito sensível a essa questão”, defendeu.