Depois que o presidente Jair Bolsonaro afirmou quer cortaria todos os impostos federais que recaem sobre os combustíveis se os estados zerassem o ICMS, que é um imposto estadual, diversos governadores, entre eles Gladson Cameli, se declararam favoráveis à ideia.
Mas se realmente essa proposta se tornar realidade, qual o valor que o acreano pagaria por um litro de gasolina quando fosse abastecer seu carro em um posto de combustível?
O ac24horas procurou o professor da Universidade Federal do Acre e doutor em economia, Carlos Estevão, que afirmou que o cálculo não é difícil.
Segundo o professor e pesquisador, o imposto do ICMS é responsável pela metade do que o consumidor paga no preço final em um litro de combustível. “Se o ICMS fosse zerado, o preço da gasolina cairia pela metade. Os cálculos que se tem é que algo em torno de 50% do que pagamos ao frentista é imposto”, afirma Carlos.
Em média, o litro da gasolina em Rio Branco custa R$ 4,60. Se a redução do imposto fosse efetivada, o morador da capital acreana pagaria menos de R$ 2,50 por um litro de gasolina.
Ocorre que, assim como muitos tem questionado, principalmente nas redes sociais,, o professor universitário tem dúvidas sobre a capacidade do governo do Acre, por conta de sua condição financeira, de abrir mão de um volume tão grande de recursos.
“Eu acho essa proposta inviável. A arrecadação de ICMS no Acre depende muito do que é gerado pelos combustíveis. Considero difícil de ser feito porque o governo do Acre não tem fôlego financeiro para dispensar essa arrecadação”, diz Carlos Estevão.
Os combustíveis representam cerca de 30% de tudo que é arrecadado com ICMS. Se o imposto fosse zerado, estima-se que o governo perderia por ano o equivalente a cerca de R$ 300 milhões.