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Acre registra maior número de mortes em janeiro em 4 anos

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O índice de mortes violentas no Acre aponta que este mês de janeiro foi o que mais registrou homicídios desde 2016. O número superou até mesmo janeiro de 2017, um dos anos mais violentos no estado e que teve 531 mortes no decorrer do ano. O levantamento feito pelo ac24horas indica que, comparado ao janeiro de 2019, as mortes violentas aumentaram 46,87% este ano. Foram 47 homicídios nesse último mês enquanto que em janeiro do ano passado houve 32 mortes.


Os números vão contra os anseios da população, que exige maior sensação de segurança por parte do poder público. Nos últimos dias, a cada caso de roubo ou morte com sinais de execução, aumentava o burburinho em torno de possíveis falhas no sistema de segurança pública do Acre. Atualmente, Rio Branco se configura como a cidade mais violenta no estado. Das 47 mortes ocorridas no mês passado, 39 aconteceram na capital acreana e 8 pelo interior do estado.

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A maior parte das vítimas é do sexo masculino. Em janeiro de 2020 foram mortos 42 homens e somente 5 mulheres vítimas da violência. Conforme relatado pela polícia local, na grande maioria dos assassinatos foram utilizadas armas de fogo. Há registro de que a maior parte dos crimes tem formato semelhante: dois homens numa motocicleta que se aproximam das vítimas, atiram e fogem.


Enquanto isso, os moradores ainda aguardam a redução nos crimes e homicídios. Os dias no primeiro mês deste ano foram marcados por ataques a presos em situação de condicional, membros de organização criminosa invadindo casas e matando seus desafetos, corpos encontrados em ramais, chacina, mortes por arma branca e arma de fogo em via pública, entre outras ocorrências.


As autoridades de Segurança Pública afirmam que a maioria das mortes é oriunda da guerra travada entre as facções criminosas que imperam no estado, como Comando Vermelho e Bonde dos 13, que disputam o domínio do território pelo controle do tráfico de drogas e armas.


O que diz a Segurança

Procurado pelo ac24horas, o secretário de Segurança Pública, coronel Paulo César, destaca que das 47 mortes, 5 ocorreram em meio a confrontos entre criminosos e policiais militares em serviço, como o caso que aconteceu na região da Baixada da Sobral, em Rio Branco. O gestor reconhece que alguns “fenômenos” nesse mês de janeiro podem ter influenciado nos índices de violência detectado nas ruas.


“Houve movimentações, ate então, atípicas, como duas fugas do presídio. A primeira com quatro presos fugitivos e a outra com 25. Não há como descartar que esses episódios tenham influenciado [nas ruas]”. O coronel ressalta um fator que chamou atenção dos órgãos do sistema de segurança: “nesse início de ano percebemos o número de reeducandos monitorados que tiveram participação direta ou indireta nos homicídios, tanto como vítimas como autores”, diz Paulo. Segundo ele, as investigações enveredam por esmiuçar as causas.


Reunião vai discutir homicídios de janeiro

Um encontro entre grande parte dos componentes da segurança pública do Acre e parte do governo do estado está marcado para esta segunda-feira, dia 3 de fevereiro. O ponto central de discussão será o número significante de homicídios ocorridos no mês de janeiro. “As polícias vão apresentar o andamento das investigações e as estatísticas. Mostras quais autores já foram presos, e assim teremos uma ideia exata de como estão os trabalhos com relação a esses delitos”, assegura o secretário.


De acordo com Paulo César, não há como descartar que as fugas ocorridas no presídio Francisco D’Oliveira Conde podem ter impactado, sim, no aumento do número de crimes contra a vida. “O relatório que vamos ter na segunda-feira pode levar a esse entendimento, além de outros fatores”, explica.


Últimos homicídios têm peculiaridade em comum

Os últimos três homicídios ocorridos na capital acreana têm uma mesma peculiaridade: eram pessoas que viviam em situação de rua. Por esse motivo, a secretaria também se volta para entender o que pode ter motivado esse “movimento”. “Isso também merece uma análise do nosso departamento de inteligência em parceria com outros órgãos do sistema. Eles já estão fazendo essa análise criminal para saber se há algum movimento nesse sentido. Essas mortes também estão sendo objeto de estudo”, assegura o coronel.


Medidas de contenção

Com relação às medidas tomadas pela secretaria de segurança pública, Paulo César diz que muitas já vêm sendo tomadas desde o início da gestão do governo Gladson Cameli, principalmente no fortalecimento das ações no ambiente prisional. “Uma vez que sabemos que qualquer movimento diferente lá [no presídio] afeta a rua”, salienta.


“Por isso estabelecemos como meta adotar o Procedimento Operacional Padrão. Também estamos procurando antecipar algumas medidas que já estavam definidas, mas por questões logísticas e de estrutura, vão ser colocadas em práticas agora, como instalação das bases integradas de segurança neste primeiro e segundo semestre de 2020”, afirma Paulo César.


O titular da pasta confia que as bases criam referência do policial na comunidade. “Os policiais passam a pertencer àquele território, passam a conhecer a características físicas do ambiente e aos próprios criminosos. Verificam como se comportam na região e a integração faz com que a informação alcançada pelo policial na rua favoreça na investigação”.


Trabalho integrado e instalação do Centro de Comando e Controle

Rio Branco irá ganhar cinco bases integradas de segurança este ano. A primeira delas já foi inaugurada no conjunto habitacional Cidade do Povo. Todas serão instaladas em regiões constatadas com maior índice de crimes contra a vida e ao patrimônio. A região da estrada da Transacreana também irá receber uma base dessa natureza.


Além disso, o secretário destaca que desde novembro de 2019 o vem construindo o Centro de Comando e Controle. “Vamos agregar todas as informações, inclusive do presidio, de presos monitorados aos policias que estão na rua. Eles terão acesso fácil a essas informações”. De acordo com Paulo César, a ideia é ampliar também o número de câmeras de segurança espalhadas pelas ruas do estado. “Até outubro vamos estar implantado e ainda melhorando a qualidade da internet, colocando uma rede própria para a secretaria”.

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Medidas relativamente simples, mas que implicam diretamente na fluidez e melhoramento do sistema de segurança, conforme relata o secretário. “O combate aos crimes contra a vida passam por ter uma polícia mais informada e equipada. Já captamos recursos para o Centro, por meio do Fundo Nacional de Segurança Pública e passaremos a desencadear ações bem pontuais, mas passam por inteligência, comando e controle , tecnologia e policiamento integrado”, garante César.


Outra esperança para a resposta de sensação de segurança pode estar na convocação dos policiais militares e civis por parte do governo. “Esperamos melhorar a capacidade de nossas polícias e apresentar resposta à sociedade também com nossa série de medidas de combater ao homicídio com qualidade, com ações preventivas, políticas integradas com órgãos da administração e a sociedade organizada, com o início de uma ideia de cultura da paz, movimento que a gente está contemplado no programa chamado “Acre Pela Vida”, afirma o coronel.


Confira o levantamento de mortos no mês de janeiro


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