Um policial militar da reserva remunerada identificado como Sebastião Oliveira da Silva (Pingo), de 59 anos, morreu dentro de uma unidade do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), no começo da noite desta segunda-feira, 27, na BR-317, quando era transferido em estado grave do hospital Epaminondas Jácome, de Xapuri, para o Pronto Socorro de Rio Branco.
As circunstâncias da morte do militar causaram um grande tumulto em frente o hospital Epaminondas Jácome, quando a viatura retornou com o corpo, pois revoltada e acusando a unidade de saúde de negligência, uma irmã do policial tentou agredir a médica que acompanhava o paciente. A Polícia Militar precisou ser chamada para controlar a situação.
A profissional não chegou a ser agredida fisicamente em razão da interferência dos socorristas do Samu e de terceiros que se encontravam em frente ao hospital. Ainda na BR-317, onde Sebastião foi a óbito, nas imediações da fazenda Paraná, a 30 quilômetros de Xapuri, a viatura sofreu tentativa de depredação, segundo informações dos profissionais que faziam o transporte.
Familiares acusam de negligência os médicos que atenderam o paciente em razão da suposta demora que houve para que ele fosse transferido para Rio Branco. Um dos médicos, Erasmo Vidal, nega que tenha havido negligência. Segundo ele, o paciente não foi transferido antes porque não tinha condições clínicas para viajar e que todos os esforços foram feitos para ele sobreviver.
“O paciente deu entrada na unidade de saúde com um quadro de etilismo crônico associado a diabetes, provavelmente falha renal, pois ele não tinha diurese, ou seja, a situação dele era bem grave e por isso a regulação do Samu não libera o transporte antes da estabilização do paciente. O que estava ao nosso alcance, com certeza foi feito”, explicou.
Um sobrinho de policial militar disse à reportagem que seu tio deu entrada no hospital de Xapuri pela primeira vez na noite do último sábado, quando teria sido medicado e depois fugido da unidade de saúde durante a madrugada. No domingo pela manhã, ele foi encontrado desacordado por uma vizinha e novamente levado ao hospital, onde foi novamente atendido e medicado.
No intervalo de domingo para esta segunda-feira, 27, o paciente foi submetido a vários exames e permaneceu hospitalizado, chegando a apresentar uma aparente melhora até o quadro voltar a se agravar por volta das 16 horas. A transferência para Rio Branco foi autorizada no começo da noite.
Tentamos manter contato com a médica Marizete Oliveira dos Santos, que acompanhava o paciente na ambulância, mas fomos informados por funcionários do hospital de que, muito abalada com a situação e com as agressões verbais e quase físicas que sofreu, ela não estaria em condições de conversar com a reportagem.
No fechamento desta matéria, a situação no hospital já era tranquila e estavam sendo tomados os procedimentos para a liberação do corpo do militar aposentado, que será velado na capela do cemitério municipal São José, onde será sepultado ainda nesta terça-feira, 28, segundo informações dos familiares.
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