Segundo reportagem especial do jornal O Globo, de domingo (26), a capital Rio Branco está entre as 120 cidades que ajudaram na queda da violência em 2019. Redução de mortes letais foi 25,8%.
A chacina da Transacreana que completou oito dias neste domingo (26) pode ter sido um “ponto fora da curva” nas estatísticas de violência em todo o país. Embora a sensação de segurança esteja longe da realidade do cidadão rio-branquense, dados divulgados pelo jornal O Globo, mostram que as ações estratégicas da segurança pública do Acre têm rumo certo. O isolamento dos líderes de facções em presídios federais é apontado como acerto no combate ao crime organizado. A fragilidade das fronteiras é o maior desafio.
A expressão mais usada pelo ex-secretário de segurança pública do estado, Emylson Farias “um ponto fora da curva”, parece explicar o que ocorreu no Acre durante todo o mês de janeiro quando, os números de homicídios voltaram a registrar alta, tendo como ponto mais agudo, a conhecida Chacina da Transacreana, em que seis pessoas foram executadas enquanto se divertiam em um bar, no km 100 da rodovia.
É que segundo o jornal O Globo – edição deste domingo (26) – Rio Branco está entre as 120 cidades brasileiras que ajudaram na queda da violência no ano passado. Segundo o Atlas da Violência enquanto em 2018 entre os meses de janeiro e setembro foram registradas 182 mortes violentas, em 2019, esse número reduziu para 135. Uma diminuição de 25,8%.
Assim como Rio Branco concentra a maioria absoluta dos homicídios no mesmo período, as 120 cidades em todo o país, impulsionaram a queda de violência, por concentrarem mais de 87 milhões de brasileiros. De acordo com o levantamento do jornal, entre janeiro e setembro do ano passado, essas cidades registraram 13.625 assassinatos, contra 18.070 no mesmo período de 2018. Já no país todo, o número caiu de 37.682 para 29.415. A checagem foi nos dados recebidos de governos estaduais e prefeituras, por isso a divulgação não é imediata.
Entre as causas apontadas por quem estuda a fundo Segurança Pública, estão a melhor estrutura das polícias nas grandes cidades, uso de ações de inteligência para enfrentar o crime organizado e o fato de medidas de curto prazo ocasionarem impactos expressivos nesses locais.
Especialista também avaliam medidas tomadas dentro dos presídios e elogiam os operadores de segurança que para combater o crime organizado, isolou chefes de facções em presídios federais.
Em entrevista ao Globo, o diretor do Instituto Cidade Segura, Alberto Kopittke, afirmou que a redução dos conflitos entre grupos criminosos também influenciou a queda nos homicídios. Ele afirma que a preocupação agora deve se voltar para o sistema carcerário, para que a redução da criminalidade permaneça a longo prazo.
Ainda de acordo a reportagem, o mapa dos homicídios pelas cidades do Brasil mostra que o combate à criminalidade nas fronteiras ainda é um desafio para a estrutura de segurança pública do país.
A fuga em massa no presídio do Paraguai em Ponta Porã (MS), na fronteira com Pedro Juan Caballero é citada na reportagem para demonstra que no conjunto de municípios fronteiriços a diminuição da violência, devido a guerra pelo tráfico de drogas foi menor.
Uma semana após o final de semana com índices “fora da curva”, o Grupo de gerenciamento de crise ainda não apresentou os autores da chacina da Transacreana, muito menos, o carro utilizado na trágica noite.
Dos 26 presos que fugiram do presídio Francisco D’Oliveira Conde, apenas 9 foram recapturados. O Ministério Público Estadual investiga se houve facilitação na fuga.
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