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Receita para espatifar coligações

Por
Luis Carlos Moreira Jorge

Pegue a intolerância às críticas internas, não aceitar a liberdade individual dos partidos aliados, adotar ações sem ouvir o seu campo político, não dar ouvido às vozes discordantes, aninhar os  beligerantes e falcões sob suas asas, junte todos estes ingredientes, coloque num liquidificador e bata, e vai resultar na receita perfeita para se espatifar uma coligação partidária. É o que está acontecendo com o campo político que levou o jovem Gladson Cameli ao governo. Esta briga despropositada com o senador Sérgio Petecão (PSD) que, inclusive, teve mais votos que ele, por um motivo banal, é um exemplo de que a antiga oposição não se acostumou que no poder se governa com todos os aliados, não apenas com um segmento político. Qual a ofensa moral ou política contida na frase do Petecão, publicada por este BLOG, de que pela violência dos grupos criminosos, tinha medo de andar nos bairros, para resultar numa confusão envolvendo dirigentes do setor de Segurança e o senador? A reação resultou numa sucessão de ataques em notas que não levam a nada. Uma briga deste porte e em cima de uma área de gestão antipática em todos os governos, como a Segurança, só perde quem se encontra no poder. O governo deu uma dimensão política á declaração do Petecão, que ela não tinha. É público e notório também o afastamento do governo do maior partido do seu campo de alianças, o MDB, que já o leva a pensar em candidaturas próprias ao Senado e ao Governo em 2022. O que mais surpreende nesta historieta paroquial é que, o governador não é nenhum neófito em política. Já foi deputado federal, senador e agora comanda o Executivo, e por isso deveria ser o primeiro a buscar meios para garantir a unidade dos que lhe ajudaram a chegar ao poder. Mas não, ao contrário, incentiva e até participa da discórdia. Passaram 20 anos debaixo do chicote do PT, e quando conseguem ganhar o governo, optam pelo caminho do espatifado em apenas um ano no comando do Estado. Este quadro leva a um caminho perigoso, a de que tudo isso vá acabar numa chacina política entre o governador e aliados. O PT, que assiste tudo de camarote, deve estar comemorando e pedindo bis contínuo até 2022.


Á IMAGEM E SEMELHANÇA DO MDA


A aliança que levou o Gladson Cameli ao governo é a cópia fiel do movimento chamado MDA, que conseguiu unir toda a oposição e derrotar com a candidatura do Flaviano Melo (MDB), na disputa da PMRB, o PT no poder. Quando o MDA chegou ao poder, foi cada um para o seu lado, e o PT que parecia um defunto de ossos brancos, saiu da tumba e retomou a prefeitura.


MESMO CAMINHO EQUIVOCADO


O caminho que está sendo tomado no campo político do atual governo é o mesmo do MDA.


VOZ DA PRUDÊNCIA


Nesta confusão, o senador Márcio Bittar (MDB) tem sido a voz da prudência quando pede que, cesse esta briga ou se irá jogar por terra uma vitória sobre o PT, que passou 20 anos para ser conquistada. E que só abala a unidade que deveria haver entre os aliados e prejudica o governo.


OUTRA HISTÓRIA


Também não sei o que passa pela cabeça do governador Gladson Cameli, que chegou ao poder como a esperança que acabaria por soterrar politicamente o PT. A impressão que passa é que acha que não precisa de aliados e que pode governar com seus falcões. Se for isso, é um erro.


FATOS DISTINTOS


Este é um fato político. Do lado administrativo, as críticas ao Gladson Cameli devem ser relevadas, porque passou o ano inteiro a pagar contas deixadas pelo governo petista anterior 


NEM TUDO PODE


O poder pode muita coisa, mas nem tudo pode. O exemplo do PT na sua derrota após 20 anos no comando do Estado é uma mostra que estar no domínio da máquina nem sempre significa que se ganha uma eleição. O último governo pensou que tudo podia e o resultado foi a balsa.


TEMPO PARA SER O GLADSON


O governador Gladson Cameli ainda tem três anos para consertar o buraco no seu barco político, enquanto o furo ainda pode ser calafetado. Se a eleição municipal do próximo ano for neste tom beligerante que vem sendo dado com os seus aliados, o buraco vai virar um rombo.


ALIANÇA FORMAL


O grupo da deputada Antônia Lúcia (PR) caminha no sentido de fazer uma aliança com o MDB, e apoiar na capital a candidatura do deputado Roberto Duarte (MDB) para prefeito. 


ENGENHARIA COMPLICADA, MAS PODEROSA


Não é uma engenharia fácil, mas a costura que envolveria uma aliança entre MDB-PR-PSD e o PSB da prefeita Socorro Neri, se der certo, estaria formada uma coligação poderosa para disputa da PMRB, com o candidato do grupo com passagem garantida para ir ao segundo turno.


LEVES E SOLTOS


Leio que foram presos os chefões nacionais da Telexfree. Mas os chefões que comandaram este esquema que lesou milhares de pessoas, no Acre, estão livres, leves e soltos nas ruas.


FATO COMEMORADO


Foi comemorada no poder a retirada de pauta do julgamento com pedido de cassação do prefeito de Cruzeiro do Sul, Ilderlei Cordeiro, porque será o candidato do governo, na eleição para a prefeitura cruzeirense na eleição do próximo ano. Já declarado pelo Gladson.


ORIENTAÇÃO PARTIDÁRIA


Caso o PT tenha candidato próprio para á PMRB a recomendação da direção petista deverá ser no sentido de que todos que estão em cargos de confiança na gestão da Socorro Neri, peçam demissão. Isso ficou claro nas declarações do líder da prefeita na Câmara Municipal de Rio Branco, vereador Rodrigo Forneck (PT). Até abril esta situação já estará aclarada.


VIROU MODA NOVAMENTE


Tinha saído de cena, mas voltou com vigor os roubos de caminhonetes. E não é nos bairros periféricos que os bandidos estão agindo, mas em áreas nobres, como o sequestro ontem de um motorista levado com seu carro no bairro Morada do Sol. É um perigo ter este veículo. Esqueçam as brigas políticas, o alvo dos dirigentes da Segurança deve ser os bandidos.


O PERIGO MORA NAS PARADAS


O perigo também mora nas paradas de ônibus do Tropical, com roubos quase que diários.


TOQUEM, PARA VER O CLAMOR!


O cidadão de bem pode ser assaltado, humilhado, espancado, mas vá um policial tocar um dedo num bandido desses que vem o pessoal dos Direitos Humanos protestar, e com certeza o policial que agiu com um maior rigor acaba sendo enquadrado pela justiça como torturador.


TODAS AS REGALIAS


E se o bandido for menor de idade, aí então será tratado com deferência e pouco tempo depois de preso estará nas ruas assaltando novamente. Coisas da nossa branda legislação.


UM DETALHE


É preciso deixar claro um detalhe importante: as leis não são feitas pelo Juiz, mas pelos políticos em Brasília. Cabem aos políticos mudar as regras penais no país. 


PODE NÃO SE MERA COINCIDÊNCIA


 O ex-governador Orleir Cameli começou a sua administração com apoio majoritário na Assembléia Legislativa e Câmara Federal, e terminou apenas com o fiel então deputado federal Osmir Lima ao seu lado. O Gladson Cameli começou o governo no mesmo cenário e, se não abrir os olhos pode acabar com um apoio político solitário, igual ao tio Orleir.


CAUSA PRÓPRIA


Para os governistas, quando o deputado Fagner Calegário (PR) promete montar acampamento em frente à Secretaria de Fazenda para que o governo pague os terceirizados, age em causa própria. O Calegário vem sendo um dos críticos mais ardorosos ultimamente do governo.


MÃO NO OMBRO


Não pense que o deputado Roberto Duarte (MDB) é uma voz solitária no partido quando tece críticas ao governo, tem a mão no ombro de toda a executiva regional do MDB e carta branca do presidente da sigla, deputado federal Flaviano Melo (MDB). Duarte é a voz do MDB.


FIM DE UM CICLO


Para quem sempre esteve ligado às redações de jornais por décadas e vê o desmoronamento dos nossos diários com o advento da mídia eletrônica, só tem que lamentar. Vivi o auge da chamada “imprensa escrita”, onde travamos muitos combates com os que estavam no poder.


É INSUBSTITUÍVEL


O romantismo das redações dos jornais com o batucar da máquina de datilografia, dos jornaleiros gritando pelas ruas as manchetes de primeira página, é algo insubstituível.


FRASE DO DIA


“Os ditadores nascem nas casas em que não se ousa dar uma ordem à empregada”. H. de Montherlant


 


 


  


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Luis Carlos Moreira Jorge

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