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Há muito o que fazer pelo Acre!

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Faz um ano que aceitei o convite-desafio do Roberto Vaz para escrever um artigo por semana no ac24horas. Desde sempre eu tenho o hábito de enviar textos de opinião aos editores de jornais, geralmente sobre questões técnicas do dia-a-dia das cidades. Por diversas vezes recusei a oferta de uma coluna periódica, inseguro se teria assunto suficiente e leitores que me tolerassem.


“Escolha qualquer dia da semana, exceto a quarta que é o dia da coluna do Luiz Calixto”. Reservei as terças. Assim posso guardar as tardes do domingo para rabiscar algo e ainda ter os intervalos da segunda para reler, revisar e acabar o texto no próprio smartphone, e encaminhar à redação usando o Whatsapp mesmo.

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A tecnologia ajuda muito. Salvam-me o Google e o corretor ortográfico do editor de textos. Não posso reclamar dos meus professores de Português, sempre excelentes, mas confesso que a matéria nunca foi meu forte, além do que, aluno de escola técnica, o estudo da língua ficou parado no que aprendi até o oitavo ano, somente revisado no cursinho pré-vestibular.


Na faculdade, tive apenas uma classe de duas horas semanais com a professora Ada Natal Rodrigues, recém regressada de um exílio em Portugal, e que me devolveu o gosto de ler e o cuidado com as palavras. No curso de Engenharia, o máximo que me exigiam escrever eram relatórios de experimentos e memoriais de projetos. Com um currículo desses, acho justa minha insegurança em assinar uma coluna no veículo de comunicação mais acessado do Acre.


Neste um ano completo expondo o que penso sobre o serviço público, o meio ambiente, algumas memórias e momentos de rabugice, cultivei leitores que já me reconhecem e cumprimentam pela rua, comentam os artigos e sugerem temas para os novos textos.


O convite do Vaz aconteceu num momento pessoalmente especial. Iniciei 2018 usando uma licença prêmio guardada dos tempos de UFAC para conhecer um pouco mais as mudanças que aconteciam no ambiente político local e nacional, os movimentos de formação de novas lideranças e as experiências dentro e fora do espaço partidário. No segundo semestre assumi uma candidatura a deputado federal e fiz campanha quase que exclusivamente usando as redes sociais, conseguindo atingir pessoas de todo o Estado.


De alguma forma, em 2019 a coluninha me possibilitou contribuir um pouco com a experiência adquirida nessas três décadas e meia vivendo em Rio Branco onde fiz de tudo um pouco, no setor público, privado, academia e política. Trouxe para meus leitores mais dúvidas e preocupações do que certezas. Mas como teria dito Plácido de Castro, isso é porque ainda “há muita coisa a se fazer pelo Acre”.




 


Roberto Feres escreve às terças-feiras no ac24horas.


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