Com taxa de 50,1 casos por 100 mil habitantes, o Acre é o segundo em violência física contra crianças e adolescentes no País. Os dados foram extraído nesta segunda-feira (16) pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) do Sistema Nacional de Agravos de Notificação (SINAN), mantido pelo Ministério da Saúde (MS). Roraima lidera nessa modalidade de violência contra pessoas na faixa etária de 0 a 19 anos com 57 casos/100.000 habitantes. O percentual é estimado a partir dos casos entre 2009 e 2017.
O Acre também tem a maior taxa de tortura em adolescentes, com 9,5 casos por 100.000 h. Essa taxa é diferente do número absoluto: o Sinan mostra que, em números absolutos, as ocorrências desses tipos de violência, em 2017, foram maiores nos seguintes estados: São Paulo (21.639 casos), Minas Gerais (13.325), Rio de Janeiro (7.853), Paraná (7.297) e Rio Grande do Sul (5.254).
Respectivamente, esses dados representam 25,3%, 15,6%, 9,2%, 8,5% e 6,1% do total de registros naquele ano.O Acre registrou 612 casos no período analisado.
No Brasil, todos os dias, são notificados, em média, 233 agressões de diferentes tipos (física, psicológica e tortura) contra crianças e adolescentes com idades de até 19 anos. Somente em 2017, a soma desses três tipos de registro chega a 85.293 notificações. Boa parte dessas situações acontece no ambiente doméstico ou têm com autores pessoas do círculo familiar e de convivência das vítimas.
Em proporção por moradores, os indicadores sobre violência psicológica também variam. Lideram os índices de agressão moral os estados do Paraná (18,9 registros para cada grupo de 100 mil habitantes), Minas Gerais (17,3) e Roraima (17). Em situações
de tortura, os estados proporcionalmente com maior destaque são o já citado Acre Roraima (5,4) e Piauí (4,1).
“Infelizmente, esses números são apenas a ponta de um enorme iceberg. A subnotificação, ou seja, o total de casos que não
chega ao conhecimento das autoridades, é significativa. Isso ocorre por diferentes causas que envolvem desde as famílias até os serviços de saúde e de proteção à infância”, ressalta a presidente da SBP, Luciana Rodrigues Silva.
Este texto retrata o estudo da SBP e está aberto às considerações de interessados.
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