Os vereadores Gessi Nascimento (MDB) e Guinaldo Alves (DEM) estão contestando a qualidade da obra de recuperação da Estrada da Variante, executada este ano pelo município de Xapuri. De acordo com os representantes do parlamento municipal, a rodovia não foi piçarrada como previa o convênio federal por meio do qual os serviços foram realizados.
Em um termo de informações assinado por Gessi Nascimento na promotoria de justiça da comarca, o Ministério Público é provocado a apurar o teor do convênio. Segundo o vereador, a empresa contratada para a realização dos serviços não executou a obra a contento, o que vem causando prejuízos e dificuldades a população que vive na região cortada pela estrada.
Consultado a respeito da denúncia dos vereadores, o secretário municipal de Infraestrutura, José Cecílio Evangelista, disse que a fiscalização da obra é de responsabilidade da Caixa Econômica Federal, interveniente do convênio. Segundo ele, a empresa contratada deverá ser explicar a respeito do assunto, caso as afirmações dos vereadores sejam confirmadas.
A Estrada da Variante corta um dos mais antigos projetos de assentamentos do Instituto de Colonização e Reforma Agrária (INCRA), o loteamento Aquidabã, uma área superior a 7.500 hectares, que já pertenceu ao Estado do Acre. A região foi repassada ao órgão federal em 23 de outubro de 1974, no governo Francisco Wanderley Dantas.
Com aproximadamente 18 quilômetros de extensão, a estrada dá acesso a diversas comunidades rurais de Xapuri, além de também ligar a cidade à BR-317. É na Variante que está localizado um dos três polos agroflorestais do município, projeto que destinou áreas de terra a famílias que viviam na periferia da cidade, numa inversão do êxodo rural.
Também é por essa rodovia que os produtores das comunidades Morro Branco, Ribeiracre e dos seringais Albrácia e Palmari, na Reserva Extrativista Chico Mendes, escoam seus produtos. Os trabalhos de recuperação feitos pela prefeitura foram iniciados em junho deste ano. Os recursos da ordem de R$ 1 milhão, oriundos de emenda alocada pelo então senador Gladson Cameli, eram destinados apenas para os serviços de terraplanagem e piçarramento, segundo a prefeitura, não contemplando as pontes e os bueiros.