As notificações feitas no hospital Epaminondas Jácome e nas Unidades Básicas de Saúde (UBS’s) de Xapuri ultrapassaram o número de 400 na última semana. O temor da saúde municipal é de que a cidade esteja na iminência de um surto epidêmico de doenças transmitidas pelo mosquito aedes aegypti, considerando-se que é grande a quantidade de casos subnotificados.
As informações são da Secretaria Municipal de Saúde, que realizou nesta quarta-feira, 20, uma reunião de crise na Câmara de Vereadores para discutir ações de prevenção contra a ação do inseto. Participaram do encontro representantes de vários setores da sociedade, de escolas a associações de moradores de bairros, secretarias municipais, Corpo de Bombeiros e Ministério Público.
De acordo com a diretora de Atenção Básica em Saúde de Xapuri Iraíde Mendes, não existe suporte no município para uma situação de surto. Ela afirma que não haverá na cidade o chamado bloqueio químico (fumacê), em razão de o produto utilizado (veneno) não haver sido liberado pelo Ministério da Saúde, restando como alternativa o trabalho de conscientização da população.
“A situação é alarmante. Não temos suporte hospitalar (estado) nem municipal (Unidades Básicas de Saúde) para atender à população numa situação de crise. Precisamos do empenho de todos na tarefa de fazer a prevenção, saindo às ruas, indo nas casas para pedir às pessoas que limpem os seus quintais e para que tenham consciência da gravidade”, disse ela.
Até a Semana Epidemiológica nº 38, o Acre apresentava 5.384 casos de dengue, com uma taxa de incidência de 610,5 por 100 mil habitantes. Esse número representa um aumento de cerca de 115% em relação ao verificado no mesmo período do ano passado, de acordo com dados do Ministério da Saúde.
O total de mortes confirmadas no Acre devido à infecção em 2019 chegou a duas, sendo que no ano passado não houve casos confirmados de morte pela doença. Entre os estados da região norte, o Acre aparece, segundo esses dados, como o segundo pior em relação aos casos de dengue, ficando atrás somente do Tocantins, que registrou 14.427 casos da doença.
O Ministério da Saúde afirma ainda que houve aumento de 228,6% nos casos de zika neste ano no estado do Acre, que teve 66 casos, a Semana Epidemiológica nº 38, enquanto em 2018 foram 21. A taxa de incidência é de 7,9 casos por 100 mil habitantes.
Ainda segundo os dados do MS, houve queda de 43,8% nos casos de chikungunya no Acre entre 2018 e 2019. Foram 65 casos este ano, contra 112 no mesmo período do ano passado, o que representa uma taxa de incidência de 7,2 casos por 100 mil habitantes.
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