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Táxi: a esculhambação organizada

Por
Roberto Feres

Vou direto ao assunto: será que só eu que me irrito quando vou buscar ou deixar alguém no aeroporto de Rio Branco e todo o espaço de desembarque está destinado ao uso exclusivo dos taxistas? A vontade que me dá é de passar com o carro por cima do balizamento de sinalização.


O caso do aeroporto não é exceção. Da mesma forma ocorre em diversos locais da cidade onde privatizam e se apropriam de espaços valiosos para os demais veículos. Passam a todos a ideia de que são suficientes duas ou três corridas no dia e que no restante podem ficar de prosa trancando o trânsito dos demais.


Rio Branco tem hoje um dos piores e mais caros serviços de táxi do país. Uma vez fiz as contas e concluí que saia pela metade do preço alugar um veículo para quem viesse passar dois dias apenas na cidade.


Para os usuários habituais, os motoristas acertavam o preço no início da corrida, às vezes por menos da metade do que seria registrado no taxímetro. Os incautos forasteiros, acostumados com o uso do reloginho, levavam daqui a imagem de que foram lesados. Em dezembro, ainda ajustavam a bandeira 2 direto para fazerem o 13º salário.


Até hoje, impedem sistematicamente a operação dos serviços de turismo receptivo que ofereçam alguma concorrência.


Houve tempo, ainda quando o aeroporto era no 2º Distrito, que os motoristas cobravam acréscimo na corrida para transportar a mala do viajante. Cansei de ouvir queixas de pessoas que vieram ao Acre a trabalho. Padronizar a frota na cor branca foi possível somente quando as concessionárias começaram a empurrar itens mais caros, como pintura metálica, para vender veículos isentos de imposto. As faixas de identificação, só quando passaram a ser feitas com adesivo.


Era comum, nos anos 90, acontecerem acidentes envolvendo táxis que se achavam os donos da rua. A coisa melhorou até bastante por um trabalho do Detran que isentava o IPVA de quem participasse dos treinamentos de direção defensiva e relações humanas.


Se valendo dos transtornos que consegue impor à cidade em suas mobilizações, a categoria submeteu a população, até hoje, a um constrangimento permanente. Acostumou-se amparada num sistema arcaico de concessões reguladas pela prefeitura que, por muito tempo, fez uma “placa” valer mais que o carro.


O serviço teve seu primeiro baque quando entraram em operação as empresas de rádio-táxi. Tiveram que se submeter. Posteriormente, houve a invasão dos mototaxistas. Outra vez, a regulação do novo serviço teve que ser engolida a seco. Hoje, o inimigo da vez são os serviços por aplicativo.


Da minha parte, já não uso táxis há bastante tempo. Somente pelas vantagens em conhecer o preço antes da viagem e de pagar a corrida sem me preocupar com o troco já dou preferência aos aplicativos.


Bem que a administração do aeroporto poderia limitar o espaço de espera a dois ou três táxis e criar um local de espera para os demais, além dos Ubers e cia. Os clientes da casa agradeceremos penhoradamente.


No mais, peço perdão aos bons e responsáveis profissionais da praça, e há muitos, pela generalização na crítica.




 


Roberto Feres escreve às terças-feiras no ac24horas.


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