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IDAF envolve instituições de todo o Estado em ação de prevenção a zoonoses

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O Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal (Idaf) está promovendo uma iniciativa em parceria com várias instituições em todo o estado que possuem conexão direta ou indireta com a área de Saúde Pública, como os Departamentos de Vigilância Sanitária e Epidemiológica, Secretarias de Infraestrutura Urbana e de Meio Ambiente, entre outras, além do Ministério Público, por meio das promotorias nos municípios.


O objetivo da iniciativa é produzir ações conjuntas entre os diversos órgãos, visando a promoção de medidas voltadas para a prevenção de doenças infecciosas que podem ser transmitidas entre animais e seres humanos, as zoonoses. O trabalho tem por base o conceito de Saúde Única, sugerido pela Organização Mundial de Saúde (OMS), Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) e Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO) com o fim de demonstrar a indissociabilidade da saúde humana, animal e ambiental.

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A médica veterinária Maria do Carmo Portela, do Setor de Comunicação Social do Idaf, é a coordenadora dos encontros realizados nesta última semana nos municípios de Assis Brasil, Brasiléia, Epitaciolândia, Xapuri e Capixaba. Ela ressalta a importância da integração das instituições em torno do tema como maneira de se estabelecer um plano de ações que envolva todas as áreas de intervenção no âmbito da saúde pública no estado.


“Nós estamos reunindo as vigilâncias sanitária e epidemiológica dos municípios, a vigilância ambiental e o Ministério Público no sentido de que o tema saúde, na atualidade, engloba, inevitavelmente, a saúde humana e a saúde animal. É necessário que todos assumam o compromisso com as medidas e ações que nos levem a ter um controle sobre as possibilidades de desenvolvimento de zoonoses, que são as doenças animais possíveis de ser transmitidas ao homem”, explicou.


O cuidado para que animais, principalmente bovinos e suínos, não tenham acesso aos lixões ou aterros sanitários e conscientização de pessoas e empresas para que evitem a destinação de sobras de alimentos para a alimentação de animais, o que pode facilitar o surgimento de doenças como a peste suína clássica, estão entre as medidas que devem ser observadas e implementadas pelos setores envolvidos na ação. Cuidados ambientais também são importantes, como a coleta e destinação correta do lixo, projetos de reflorestamento e descarte adequado de embalagens plásticas.


A importância do conceito de Saúde Única

Segundo dados da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), 60% das doenças infeciosas humanas são zoonoses; 75% dos agentes de doenças infeciosas no homem são de origem animal; cinco doenças novas no homem surgem por ano, sendo três de origem animal, e 80% dos agentes causadores de doenças que podem ser utilizados como armas biológicas são zoonóticos.


Do ponto de vista econômico, o Ministério da Agricultura afirma que até 2020 a expectativa é de que a produção nacional de carnes supra mais de 44% do mercado mundial. A excelência das granjas brasileiras coloca o país como terceiro maior produtor de carne de frango e o quarto maior produtor de carne suína do mundo. A saúde dos rebanhos tem importância fundamental nos processos de comercialização desses produtos.


Doenças como a brucelose são responsáveis por grandes perdas econômicas na cadeia produtiva do leite e na credibilidade da unidade de produção. Pesquisas mostram que a doença pode ser responsável pela queda de 25% na produção de leite e pela redução de até 15% na produção de bezerros. A brucelose representa também um risco potencial à saúde humana caso o leite contaminado seja ingerido pela população.


A médica veterinária Ane Gabrielle Cardoso Lima, chefe do escritório do Idaf em Xapuri, diz que o principal foco da ação de Saúde Única é voltado para os riscos de raiva animal, tuberculose, brucelose, peste suína clássica e mal da vaca louca (EEB). Segundo ela, como o contato entre humanos e animais é muito intenso, as ações preventivas são fundamentais para que várias doenças possam ser evitadas.


“Em várias ações nós iremos levar informações para as pessoas a respeito de como ela deverão fazer para evitar se contaminar ou contaminar seus animais. Nós sabemos que a proximidade entre homem e animal é muito grande, seja na zona rural, por meio das criações, seja na zona urbana, com os animais de estimação, e até mesmo por conta da alimentação, no consumo de produtos animais”, afirmou.


Raiva Bovina

No mês de janeiro deste ano, o Idaf teve a confirmação de um caso de raiva bovina na região do seringal Espalha, no limite entre os municípios de Xapuri e Rio Branco. Depois disso, novos casos suspeitos foram comunicados ao órgão.


A médica veterinária Ane Gabrielle informou que todas as medidas previstas foram tomadas pelo órgão e todos os animais suscetíveis da área foram vacinados à época da ocorrência, e que essa imunização ainda será reforçada pelo Idaf.

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A chefe do escritório do instituto em Xapuri informou também que outras ações serão realizadas na região, como a captura de morcegos e a intervenção dos setores de vigilância sanitária e epidemiológica para agir na vacinação de cães e gatos, além do trabalho de investigação com relação aos humanos.


No caso de agressões de morcego contra animais, Ane Gabrielle explica que o Idaf deve ser comunicado. Quando houver o registro de ataques contra pessoas, a saúde pública deve ser procurada para que as medidas preventivas de costume sejam tomadas.


Febre aftosa

Desde 1º de novembro, o Acre está em plena campanha de vacinação contra a febre aftosa, que encerra no próximo dia 30. Depois disso, o estado, juntamente com Rondônia e parte do Amazonas, sairá do calendário do Programa Nacional de Erradicação e Prevenção da Febre Aftosa (PNEFA).


O estado acreano será um dos primeiros a receber do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) a certificação de zona livre de febre aftosa sem precisar mais de vacinação. A condição proporcionará uma mudança de status diante do mercado de exportação de carnes.


O Acre é reconhecido internacionalmente pela Organização Mundial da Saúde Animal como zona livre de aftosa há quase 14 anos em virtude dos resultados exitosos de suas políticas de defesa e inspeção animal. Por isso, está no bloco 1 do PNEFA.


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