Dando continuidade ao diálogo sobre a proposta da reforma previdenciária estadual, o governador Gladson Cameli recebeu na tarde desta quarta-feira, 13, lideranças sindicais da Educação. O gestor enfatizou que somente por meio do debate democrático com todas as categorias será possível chegar ao consenso sobre a aprovação das novas medidas. Elas são fundamentais para frear o déficit milionário e garantir a saúde financeira do Estado.
Cameli demonstrou sua sensibilidade ao afirmar que jamais faria a reforma da previdência para prejudicar os servidores públicos estaduais da ativa e aposentados. O governador lembrou que a irresponsabilidade de administrações anteriores, agravou o desequilíbrio orçamentário referente ao pagamento das aposentadorias e pensões. Explicou que se a Reforma não for aprovada o Acre corre o risco de entrar em colapso financeiro.
Gladson lembrou ainda que está fazendo a renegociação de R$ 650 milhões em empréstimos tomados nos últimos anos. Uma das exigências da Secretaria do Tesouro Nacional (STN) diz respeito a estabilidade do sistema previdenciário. Com a redução na quitação das parcelas por conta do abatimento de juros e multas, o gestor assegurou que será possível destinar mais recursos para áreas prioritárias como saúde, educação, segurança pública e infraestrutura.
“Não podemos mais continuar adiando a reforma da nossa previdência. Sei que vocês não concordam em alguns pontos, mas estamos sentados para ouvir suas demandas. O que não podemos é ficar medindo forças porque desta formas todos sairão perdendo. Acredito que vamos encontrar o meio termo que seja bom para todos, caso contrário, não terei outra solução que não seja decretar Estado de calamidade financeira”, argumentou Cameli.
O governador foi duro ao comentar que seus opositores estão tentando tirar proveito político dos debates em torno da reforma.
O líder do governo na Assembleia Legislativa, Gehlen Diniz, enfatizou que todos as entidades de classe estão sendo recebidas para conhecer o texto e apresentar suas contribuições. O parlamentar disse ainda que o momento requer a união de todos para que o Acre continue avançando.
“Temos duas estradas. Uma da responsabilidade que o atual governo vem trabalhando e o outro caminho é o da irresponsabilidade e que foi a escolha feita pelos governos anteriores, que contaram com a sorte e não deu a devida atenção para esse tema que envolve a vida de milhares de acreanos”, pontuou.
Durante a reunião, a presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação (Sinteac), Rosana Nascimento, apresentou os principais pontos que geraram o descontentamento da categoria. Um deles diz respeito ao aumento no tempo de serviço dos professores. Outro questionamento levantado foi a inclusão da contribuição dos aposentados para o Acreprevidência. A sindicalista afirmou torcer pelo sucesso do atual governo e solicitou que estes itens fossem revistos.
Ao fim do encontro, o governador Gladson Cameli pediu que os sindicatos formalizassem suas contribuições ao governo para avaliação. O gestor garantiu que as solicitações serão respondidas em breve e colocou-se a disposição para uma nova reunião com os sindicalistas.
Participaram do debate o diretor-presidente do Acreprevidência, Francisco Alves de Assis Filho; os secretários de Estado de Educação, Mauro Sérgio Cruz; da Casa Civil, José Ribamar Trindade; de Planejamento e Administração, Maria Alice de Araújo; de Comunicação, Silvania Pinheiro; da Saúde, Alysson Bestene; e o procurador-geral do Estado; João Paulo Setti.
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