A Polícia Nacional Boliviana em Cobija está aquartelada em apoio aos manifestantes
O anúncio feito pelo presidente boliviano Evo Morales nas primeiras horas da manhã deste domingo, 10, de que decidiu renovar os membros do Tribunal Superior Eleitoral do país e convocar novas eleições não foi suficiente para que os representantes do movimento oposicionista que bloqueou as pontes que unem as cidades brasileiras de Epitaciolândia e Brasiléia com Cobija, a capital do departamento de Pando, colocassem fim ao embargo.
Os manifestantes continuam a ocupar as pontes durante o domingo e a posição até o momento é de que o movimento prosseguirá até que haja a renúncia dos membros da corte eleitoral e do próprio presidente. A deputada eleita Flaviana Melena Nosa afirmou que o anúncio de Morales se resume a palavras e que a sua renúncia continua a ser reivindicada em nível nacional.
“Queremos a renúncia de Evo Morales, continuamos a nossa luta pela justiça, pela democracia e pela paz em nosso país. Temos um arco-íris dentro dessa luta porque percebemos que as coisas estão seguindo, mas o embargo não irá terminar até que sejam efetivas a renúncia de Evo Morales e a renúncia do Tribunal”, afirmou.
O capitão do Batalhão de Operações Especiais (BOPE), Rogério Ferreira, se reuniu os oficiais da polícia boliviana e líderes do movimento, e informou que foi solicitado aos manifestantes que eles evitem atravessar para o lado brasileiro, mesmo que haja uma ação de desbloqueio das pontes pelas autoridades do país vizinho. O militar disse também que as Polícias Militar e Federal do Brasil continuam de prontidão na fronteira.
“Nós estamos de prontidão, tanto a Polícia Militar quanto a Polícia Federal, aguardando os comandos de nossos superiores em Rio Branco. Esclarecemos para a polícia boliviana que eles precisam fazer a prevenção deles. A nossa presença aqui tem a finalidade e impedir que os manifestantes ultrapassem a fronteira. Eu acho que isso não precisa ocorrer, mas em caso positivo teremos que fazê-los voltar para lá”, disse o oficial brasileiro.
O caminhoneiro Éder Janes Torres, que transportou produtos alimentícios para Cobija antes do bloqueio das pontes está impedido de sair da capital de Pando. Segundo ele, a situação é crítica, pois mais de 40 caminhões estão retidos do lado boliviano desde a última segunda-feira e, segundo ele, o Consulado Brasileiro afirmou que não pode fazer nada para ajudá-los.
“A nossa situação é crítica, nós precisamos sair desse país. Nós entramos, trouxemos alimentação aqui para dentro e precisamos sair, mas não conseguimos apoio das autoridades brasileiras. Estamos aqui tendo despesas e correndo o risco de sofrer algum tipo de vandalismo, principalmente durante a noite, pois as nossas placas são brasileiras e não sabemos o que poderá acontecer”, lamentou o caminhoneiro.
O anúncio do presidente boliviano veio logo após a Organização dos Estados Americanos (OEA) afirmar que houve irregularidades na eleição presidencial do dia 20 de outubro, quando Evo foi reeleito em primeiro turno. O organismo internacional recomendou a realização de outra votação.
Evo venceu as eleições realizadas de 20 de outubro com 47,07% dos votos, o segundo colocado, o ex-presidente Carlos Mesa, teve 36,51%. Como houve uma diferença de mais de 10 pontos percentuais, o atual presidente foi reeleito em primeiro turno.
As pesquisas sugeriam que Morales tinha 32% e apenas cinco pontos à frente de seu principal concorrente, o ex-presidente Carlos Mesa, do Comunidade Cidadã. Em um segundo turno entre os dois, o atual presidente perderia, segundo as sondagens feitas antes da eleição. O resultado foi contestado pela oposição e, no dia 30 de outubro, a Bolívia e a OEA concordaram em realizar uma auditoria.
O jornal El Progresso de Pando noticiou no fim da tarde deste sábado,9, que policiais bolivianos deixaram as pontes e se aquartelaram, em um indicativo de que estariam aderindo ao pedido de motim contra o governo feito pelos manifestantes. Na capital La Paz, a rebelião também começou no sábado. Os motins haviam se iniciado nos departamentos de Cochabamba, Sucre e Santa Cruz.
Os grupos se recusam a reprimir as manifestações contra Morales para um quarto mandato consecutivo após eleições contestadas por opositores.
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