A Secretaria Estadual de Saúde (Sesacre) deve divulgar oficialmente, nesta quarta-feira, 6, o resultado da campanha de vacinação contra o sarampo no Acre. O Ministério da Saúde já adiantou, no entanto, que o estado não atingiu a meta de vacinar 95% do público-alvo contra a doença – crianças com idade de seis meses e menores de cinco anos. A Campanha Nacional de Vacinação contra o sarampo para esse público foi encerrada no dia 25 de outubro.
Em Xapuri, de acordo com dados informados pela Secretaria Municipal de Saúde (Semusa), faltaram ser vacinadas apenas 11 crianças para que fossem atingidos os 100% de cobertura vacinal. O município foi um dos 5 que conseguiram atingir a meta estipulada pelo Ministério da Saúde de efetuar 95% das doses previstas na planilha. A diretora de Atenção Básica à Saúde da Semusa, Iraíde Mendes, diz que essas crianças ainda podem ser encontradas pela busca ativa, mas não entrarão mais nos dados oficiais.
“Algumas dessas crianças já podem até ter sido vacinadas, não tendo entrado na atualização do sistema, mas o nosso objetivo é chegar a todas elas e garantir a imunização. Mesmo com o fim da campanha no último dia 25 de outubro, as mamães que não vacinaram seus bebês ainda podem vir aos postos para que essa proteção seja garantida”, afirmou.
Cruzeiro do Sul foi o município com a maior cobertura vacinal contra a doença, inclusive ultrapassando a meta definida pelo MS (101,43%). Em seguida veio Jordão (97,24%); Plácido de Castro (97,5%); Sena Madureira (96,24%) e Xapuri (95,30%). Esses foram os únicos municípios que atingiram as meta dos 95%. O estado do Acre ficou, segundo esses dados, com 80,67%, o que representa 9.897 crianças vacinadas com o imunobiológico Tríplice Viral, que protege contra sarampo, caxumba e rubéola.
A primeira da campanha, de 7 a 25 de outubro, foi dedicada às crianças de seis meses a menores de 5 anos. Na segunda fase, entre os dias 18 e 30 de novembro, o foco será os adultos jovens, com idade entre 20 e 29 anos. O estado recebeu cerca de 55 mil doses da vacina para, além das crianças, também imunizar populações que ultrapassaram a faixa etária e ficaram desprotegidas.
A vacina sarampo está disponível na rede pública para crianças de 1 ano a adultos de 29 anos, em duas doses, e para adultos de 30 a 49 anos. Devido ao risco aumentado, o governo federal decidiu vacinar crianças de seis meses a menores de 1 ano, estratégia batizada de “Dose Zero”. Essa dose, entretanto, não conta para o esquema de rotina: continuam a ser necessárias duas após os 12 meses de idade.
Desde o início dos surtos em 2019, diversos estados e municípios fizeram campanhas locais e o bloqueio seletivo – vacinação de pessoas que tiveram contato com casos suspeitos de sarampo. O Ministério da Saúde, além de ter implementado a “Dose Zero” e ampliado o estímulo à vacinação de rotina, passou a recomendar administração de suplementos de vitamina A em crianças menores de 6 meses com suspeita da doença. A conduta diminui as chances de agravamento nessa fase da vida, em que a vacina ainda não pode ser aplicada.
O país vinha de um histórico de não registrar casos autóctones desde o ano 2000. Entre 2013 e 2015, ocorreram dois surtos da doença a partir de casos importados, nos estados do Ceará e Pernambuco, com 1.310 casos. Os surtos foram controlados com as medidas de bloqueio vacinal e, em 2016, o Brasil recebeu o Certificado de Eliminação do Sarampo, emitido pela Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS).
O Brasil perdeu o certificado em fevereiro deste ano e, atualmente, empreende todos os esforços para eliminar novamente a transmissão do vírus no país, com reforço da vacinação contra o sarampo. Manter altas e homogêneas coberturas vacinais na população é a única forma de evitar a transmissão da doença.
O Ministério da Saúde também tem atuado ativamente junto aos estados e municípios no enfrentamento do surto de sarampo desde dezembro de 2017, quando o Brasil foi notificado do surto na Venezuela. Para isso, manteve equipes técnicas e treinadas nos estados com transmissão da doença para acompanhar as ações e prestar orientação no enfrentamento do sarampo.
Com informações do Ministério da Saúde.
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