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Acre, um paraíso perdido

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Se a esperança é a última que morre, então vamos aguardar. A minha ainda cultiva muita expectativa de um dia ver o Acre pegando carona em algum “trem” do desenvolvimento.


Entra ano e sai ano e a nossa dependência do poder estatal nunca diminui. Ou é governo ou nada.

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De minha juventude sofrida e trabalhosa até a melhor idade de hoje, meus ouvidos foram entupidos com mensagens governamentais de otimismo e ufanismo sobre a vinda de investimentos chineses, que nunca chegaram, e o oásis provocado pela integração com o Pacífico, que até hoje não aconteceu.


Os comboios de carretas levando as exportações rumo ao mercado asiático estão empacadas, ao contrário da nossa esperança, que parece acabar.


Por enquanto, apenas observei a derrocada de empresários acreanos que perderam o pouco que tinham por acreditarem na propaganda oficial.


Um dos exemplos são as camas vazias da meia dúzia de hotéis que foram edificados à espera dos turistas americanos e europeus que passariam pelo território acreano rumo a Cuzco, no Peru.


Quantos aos chineses, não esperemos muito deles, afinal os Xi Qui Lin não dão prego sem estopa. Estes só virão se as condições tributárias e trabalhistas forem melhores que as vigentes no país deles, o que é quase impossível, pois o Brasil não daria tratamento diferente daquele que já dá para empresas nacionais.


Aqui faço um alerta ao governador Gladson Cameli, para que ele não pague o mesmo “ mico” dos governadores petistas e também não seja patrono de mais uma decepção: abra os olhos para esses “empresários” chineses que parecem de tempos em tempos no Acre para tomar o tempo do governo.


Fato é que não podemos culpar nem a falta de oportunidades e nem de recursos. Nos bons tempos da economia brasileira nosso Estado ficou patinando na contramão com políticas atrasadas, onde o poder executivo não se contentou em atuar como indutor do crescimento. Na contramão das regras capitalistas ele mesmo quis ser o próprio dono e gerente do empreendimento.


Fábrica de camisinhas, de tacos e o frigorífico de peixes são algumas memórias desse fracasso.


Com as condições que foram disponibilizadas somente os espertalhões se habilitaram. E, depois de encherem os bolsos, bateram asas e voaram.


O verdadeiro investidor nunca quer o governo como sócio. Se comparado a uma corrida em autódromo onde todos andam pra frente, o Acre avançou um pouco, mas continuou no último lugar da corrida entre todos os estados brasileiros.

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Há muito tempo as nossas novidades são aquelas que todos estão já cansados de saber: nas portas das lojas vendedores de braços cruzados, esperando o final do mês para vender alguma coisa. Na política, parlamentares com solução na ponta da língua para todas as dores do povo. Alguns comemorando a aprovação de leis cuja eficácia tem o mesmo valor de um risco n’água.


Empresários, que se intitulam liberais, choramingando nas redes sociais a quebradeira e colocando a culpa no governo , porque este não lançou ainda um pacote de obras para socorrê-los.


No Acre, o governo não é considerado um bom cliente, mas um misericordioso provedor.


Como a história do Acre é recheada de situações inusitadas, espero que não sejamos convidados para o velório da esperança.




 


Luiz Calixto escreve todas às quartas-feiras no ac24horas. 


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