Não é novidade para ninguém. Um dos grandes problemas da saúde acreana é a falta de profissionais, principalmente médicos especialistas.
Há muito tempo, o que faz com que a situação não se agrave ainda mais são os famosos plantões extras. Os profissionais terminam por se beneficiar, já que pelo déficit, e para completar as escalas de atendimento é preciso fazer uso dos plantões extras, esses plantões muitas vezes chegam a mais que duplicar o salário de um servidor.
Para o Estado é a certeza que não vai morrer pacientes na fila esperando por um atendimento especializado. Só que a gerência da Pronto-Socorro de Rio Branco e a Secretaria Estadual de Saúde estão com um abacaxi imenso nas mãos para descascar.
Os contratos emergenciais de vários médicos terminam neste mês de outubro. Ocorre que um parecer da Procuradoria Geral do Estado (PGE) orientou que esses profissionais não façam mais plantões extras neste mês, já que o pagamento é sempre no mês seguinte, quando, neste caso, os médicos não terão mais vínculos com a administração pública.
Na prática, isso representa que por diversos dias o pronto-socorro vai ter escalas completamente descobertas com a falta de especialidades como cardiologia e ortopedia, por exemplo. Tanto que o ac24horas teve a informação de fonte confiável que não havia médico para assumir a emergência clínica nesta sexta-feira, 11;
Esses médicos emergências serão substituídos pelos novos servidores, aprovados no concurso simplificado, que foram convocados na última quarta-feira, 9. Os aprovados têm até o final do mês para entregar a documentação exigida pelo edital.
Aí, reside outro problema. Não há como ter certeza que todos os aprovados vão querer assumir o cargo e vão entregar a documentação. Ou seja, se um especialista optar por não assumir a vaga, vai ter que ser feita a convocação do candidato melhor classificado, que vai ter que passar por toda burocracia para tomar posse e efetivamente começar a trabalhar, o que pode deixar o pronto-socorro desassistido.
A situação é tão grave que provocou diversas reuniões, que foram até altas horas da noite desta sexta-feira com representantes da Sesacre, da gerência do pronto-socorro e até com a participação do governador Gladson Cameli.
E foi exatamente uma decisão de Gladson, que fez com que os gestores do pronto-socorro conseguissem dormir à noite. O governador autorizou a prorrogação por mais trinta dias dos contratos emergenciais, o que afasta qualquer possibilidade de desassistência ainda maior por falta de médicos.
Areski Peniche, diretor-geral do pronto-socorro, explica a decisão de Gladson. “Visando a garantia de assistência os pacientes, o governador prorrogou por mais 30 dias até que todos os servidores aprovados tomem posse. Por isso, garantimos que não há a menor chance do pronto-socorro ficar sem médicos”.
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