Defesa do ex-coronel afirma que uma investigação dos processos contra Hildebrando Pascoal abrirá “os segredos da Justiça”. A advogada teme que Hildebrando seja liberado do cárcere privado somente depois de morto.
De volta ao cárcere privado desde o último dia 13 de setembro, o ex-coronel da polícia militar do Acre, Hildebrando Pascoal, agoniza em uma cela individual aguardando uma perícia médica. Documento enviado pelo diretor da unidade de regime fechado 2 (URF-2), Tarso de Souza Costa, revelado pela advogada Kely Pessoa, atesta que o apenado se encontra em um ambiente sem as condições adequadas para suas condições de saúde.
“A estrutura que havia sido montada nesta unidade de forma a facilitar a execução das necessidades comuns do apenado Hildebrando Pascoal Nogueira Neto, tais como ir ao banheiro e se deslocar no interior da cela, não existem mais, assim, existe grande risco ao referido preso permanecer em cela individual (…)”, diz o trecho do ofício enviado à juíza da vara de execuções penais, Luana Campos.
A advogada critica com certa indignação a demora para manifestação pelo Ministério Público do pedido de liminar impetrado com pedido de urgência. “Estamos a aguardar o representante do Ministério Público se manifestar, quando ele, o reeducando Hildebrando Pascoal, morrer, eles se manifestaram talvez pela primeira vez favorável, então a família levará o corpo para o cemitério”, disse Kely Pessoa em entrevista.
A defensora contratada pela família de Hildebrando Pascoal acrescenta que a história dos processos contra o ex-deputado federal poderá ser contada por alguém em um livro e será objeto de um processo na Organização das Nações Unidas (ONU).
“Os culpados, talvez, já idosos, enfrentarão seus demônios e pesadelos, causados por suas artimanhas cruéis e em total desobediência a lei, amparados ainda pelo segredo de justiça”, acrescentou a advogada.
Para Kely, uma investigação pode mostrar a quem interessa o ‘segredo de justiça’ nos casos que envolvem o ex-coronel. Ela declara ainda ter conhecimento de outros relaxamentos de prisões concedidos com simples atestados médicos. As declarações foram publicadas no site (mancheteagora.com).
O ex-deputado federal e ex-coronel da PM, Hildebrando Pascoal, que ficou conhecido nacionalmente por integrar um grupo de extermínio que utilizava motosserra para cometer assassinatos no Acre na década de 1990, voltou para a prisão condenado por ameaças a uma procuradora e a uma desembargadora.