Veja o resultado da falta de continuidade em ações importantes para a população na área de saúde.
Um ano atrás, Maria Telma Cabral de Souza, de 29 anos, sofreu um acidente e teve o tímpano perfurado. Ela foi em um posto de saúde, onde a encaminharam para a Fundação Hospitalar, mais precisamente para o programa Saúde Auditiva. O programa realizou durante cerca de 4 anos na Fundação Hospitalar milhares de atendimentos como cirurgias, teste da orelhinha e doação de aparelhos auditivos.
Telma foi consultada por um otorrinolaringologista que constatou a perfuração no tímpano.
O médico explicou que o caso era de cirurgia. Aí começa o martírio da paciente. “Fiz o exame e recebi o resultado em fevereiro desse ano. Quando voltei pra marcar o retorno com o especialista encontrei as portas do Saúde Auditiva fechadas e me disseram que não tinha previsão de volta”, afirma Telma.
Telma conta que sente fortes dores no pescoço, inchaço, dor no ouvido, febre e dores pelo corpo.
Por meio de uma amiga, ela conta que conseguiu uma consulta com outro otorrino que sabendo do fechamento do programa de Saúde Auditiva encaminhou Telma para o Tratamento Fora de Domicílio (TFD).
O mais difícil de entender da história é que Telma conta que soube na própria Fundhacre que o motivo de não fazer a cirurgia, chamada de timpanoplastia, na própria Fundação, não é a falta de um profissional capacitado, mas sim de material cirúrgico.
“Chegando na Fundação, o médico me encaminhou pro TFD porque a FUNDHACRE não disponibiliza os materiais pra realizar a cirurgia. Chegando na SESACRE a pessoa que me atendeu disse que o TFD não era culpado pela falta de material da FUNDAÇÃO. Mesmo assim me deram uma lista de documentos. Levei e fiz todo protocolo de entrada e estou aguardando.
Telma apela. “O que acontece é que eu sou mãe de três crianças menores de idade que dependem totalmente de mim. Se o TFD comprar as passagens, eu não tenho recursos para me manter em outro estado para tratamento, simplesmente porque a FUNDHACRE não dispõe de materiais cirúrgicos pra realizar uma cirurgia. Em nome de todos pacientes que estão na mesma situação que eu…peço ajuda das autoridades competentes que olhem por nós. Estou perdendo a audição e o meu caso só se agrava a cada dia que passa. Sinto dor todos os dias e talvez o caso se tornando público, alguém olhe por nós”, afirma a paciente desesperada.
Procurada, a Secretaria Estadual de Saúde orientou que o assunto deveria ser explicado por Moisés Marcelo de Lima, diretor administrativo da Fundação Hospital do Acre, que mesmo tendo visualizado as mensagens da reportagem, não respondeu os questionamentos. O espaço permanece aberto para manifestação da unidade hospitalar.
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