Os relatórios diários divulgados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) mostram que o Acre teve acentuada redução nos índices de queimadas nos últimos dias. Nas observações por satélites feitas nas últimas 48 horas, o estado acreano registrou 42 focos de queimadas, o que representa apenas 2,8% do total consignado em todo o Brasil. Com esse resultado, trocamos a 9ª pela 11ª posição entre os estados que mais apresentaram registros nesse período.
Durante o mês de setembro, até esta sexta-feira, 27, o Acre apresentou 2.820 focos, o que corresponde a 5,5% do total. Em todo o ano de 2019, de janeiro até setembro, o estado acumula 6.246 focos de queimadas, 4,4% do que foi registrado entre as 27 unidades da federação. Em comparação com o mesmo período do ano passado, o Acre teve um aumento de 3% nas queimadas registradas em 2019. O campeão de queimadas neste ano é o estado do Mato Grosso, com 17.133 focos, 19,2% do total.
A redução das queimadas no Acre reflete também nos índices monitorados nas unidades de conservação localizadas no estado. No relatório divulgado nesta sexta-feira, foi registrado um foco de queimadas apenas, na Floresta Estadual do Rio Gregório, na bacia hidrográfica do Rio Juruá. Durante o mês de agosto as Reservas Extrativistas Chico Mendes e do Alto Juruá lideravam quando o assunto era queimadas, segundo dados do Inpe.
ONGs no enfrentamento às queimadas
Mesmo sem apoio dos governos federal e estadual em 2019, várias organizações não governamentais têm promovido ações de prevenção a queimadas durante todo o ano. Entre elas, a SOS Amazônia e a WWF Brasil realizam ações de monitoramento e combate a incêndios florestais no estado do Acre.
Eliz Tessinari, da Assessoria de Comunicação da SOS Amazônia, informa que a atuação da ONG alcança os municípios de Feijó, Tarauacá e Marechal Thaumaturgo, na região do Juruá, enquanto na Reserva Extrativista Chico Mendes há outras instituições com esse mesmo objetivo de combater incêndios.
“Importante destacar que atuamos, principalmente, com ações de prevenção de queimadas durante o ano todo, promovendo a transição agroecológica, por meio de assistência técnica e extensão rural na região do Alto Juruá. Em 2019, esse trabalho não pôde ser realizado, pois não houve apoio dos governos federal e estadual.
A assessora explica que mesmo sem estrutura e apoio adequados, a organização se incorpora ao trabalho de outras instituições, como o Corpo de Bombeiros, para ajudar no combate aos incêndios
“Explicamos que ONGs não têm estrutura de Estado para o combate direto à incêndios florestais, mas em combinação com o Corpo de Bombeiros nossas brigadas estarão em campo para ajudar no que for preciso, e assim evitar que o fogo cause danos irreversíveis ao patrimônio natural do Acre”.