Não é assim que terminam todas as histórias infantis, com um final feliz? É como está terminando a historinha que teve como protagonistas a base do governo na Assembléia Legislativa e o governador Gladson Cameli. Fora os nomes que já tinham retornado esta semana; de uma canetada o governador revogou ontem, em uma edição especial do Diário Oficial, 340 demissões de indicações dos parlamentares. Quando saíram as demissões, alertei no BLOG que o Gladson estava cometendo um erro primário, porque não conheço um governo que conseguiu tocar os seus projetos descolados do apoio do Legislativo. E que, ele tinha duas opções: a de manter as demissões e correr o risco de ver os projetos importantes que mandar para a ALEAC serem derrotados, ou rever as demissões e sedimentar a sua base na Assembléia. Foi pragmático em optar pela segunda solução. E pragmático porque, com os deputados descontentes não conseguiria aprovar um projeto que é importante para as finanças estaduais, o pedido de negociação da dívida estatal, que dará uma economia de mais de 100 milhões de reais ao tesourou, quando a operação for concretizada. Há ainda outros projetos que, ele quer ver aprovado, como a criação do Instituto da Saúde e o Orçamento. Com essa decisão de manter os cargos isolou os que lhe fazem oposição e vai navegar em águas calmas na ALEAC. É aquela história: base parlamentar forte, governo forte. E ponto final.
LUTOU PELO DESFECHO
Quem lutou desde o início para que o Gladson voltasse atrás nas demissões, e deixasse o caminho livre no parlamento para aprovar seus projetos, foi o presidente da ALEAC, deputado Nicolau Junior (PROGRESSISTA). Foram muitos os telefonemas ao governador com este pedido.
APOSTA PERDIDA
A aposta da oposição era de que, esta confusão seria mantida; e de que, novas derrotas por conta disso, seriam impostas ao governo. Com isso vai restar aos deputados da oposição ficar no protesto. Anotem: tudo que chegar na ALEAC até o recesso será aprovado com folga.
PEDRA NO CAMINHO
A divulgação que o governo já ultrapassou em muito os 49% do teto permitido para gasto com pessoal; hoje é de 55,17%, é uma pedra no caminho do governador Gladson. Vai ter que baixar para o teto permitido, sob pena de responder por ato de improbidade administrativa.
APOSTA NO IMPONDERÁVEL
Apostar no aumento da arrecadação para resolver o problema, é apostar no imponderável.
INFORMAÇÃO SEGURA
O BLOG tem informação segura de que a receita está sendo mantida com mão de ferro, porque a situação financeira do Estado não é boa. Ou mantém no controle, ou as contas estouram. São 40 milhões de reais que saem todo mês para bancar a folha dos aposentados.
TEMPOS DE PINDAÍBA
Os secretários estaduais se preparem para trabalhar na pindaíba até o final do ano.
NÃO SE METAM
Não alertei neste espaço que era uma roubada alguém se meter na briga entre governo e deputados? O resultado começa a aparecer, sentaram, se entenderam e acabou a guerra.
O BÔNUS E O ÔNUS
Os deputados foram alertados na última reunião com o governador a sua equipe de que os cargos seriam retornados, mas com a exigência de que vai querer de hoje em diante todos os deputados da base de apoio, fazendo a defesa na tribuna contra os ataques da oposição.
SEM MEIO TERMO
A conversa foi franca, quem estiver na base, de hoje em diante, tem que ser 100% governo. Não vejo como uma imposição, porque aceita quem quer. Mas se aceitarem, os deputados que concordarem terão de dançar a música que for tocada pelo Palácio Rio Branco.
EM HIPÓTESE ALGUMA
Perguntei ontem a uma importante figura do governo se os deputados que se denominam de “independentes” no parlamento serão chamados para uma composição. E a resposta foi taxativa: “queremos que continuem independentes, não precisaremos dos seus votos”.
VOTAÇÕES IMPORTANTES
O governo vai ter três projetos importantes em pauta na ALEAC, até o início do recesso: o que cria o Instituto da Saúde, o que autoriza a negociação da dívida do Estado e o Orçamento. E, por isso terá que ter a base parlamentar afinada antes dessas matérias irem para o voto.
NÃO DEGLUTIU
Pela frase do governador Gladson Cameli em um programa de rádio em Cruzeiro do Sul, de que: “quem tem uma base como a minha não precisa de inimigos”, mostra que não deglutiu ainda ter o seu veto a um artigo da LDO derrubado pela sua base parlamentar na ALEAC.
NA PRÁTICA E OUTRA COISA
Foi o que falou, mas nem sempre a teoria se aplica na prática. Tanto que voltou atrás na decisão de demitir os indicados pelos parlamentares para a ocupação de cargos de confiança.
FORJANDO IMAGEM PRÓPRIA
Pelos movimentos da prefeita Socorro Neri, ela está indo no caminho certo em criar um perfil de identidade política própria, para não virar um puxadinho de partido aliado, caso decida disputar a reeleição no próximo ano. Já se nota a prefeita mais solta aliando a gestão á política.
ÚNICO NOME COMPETITIVO
Fora do campo político do governo Gladson Cameli, a prefeita Socorro Neri é o único nome que pode ser considerado como competitivo na disputa do próximo ano pela prefeitura.
CONSEGUIU O IMPOSSÍVEL
A ENERGISA conseguiu o que parece impossível, o de unir todos os acreanos numa corrente de antipatia à empresa, por conta dos aumentos abusivos não justificados até aqui pela direção.
É BRINCAR COM COISA SÉRIA
E as explicações para os aumentos malucos nas contas de luz feitas pelos dirigentes da ENERGISA são os mais esfarrapados, ora culpam os ventiladores, e outra hora é o furto de energia. O MP e a Defensoria Pública têm que cobrar explicações plausíveis para o aumento.
CPI
Diante desta balbúrdia a CPI da Energia, na ALEAC, agora mais do que nunca terá que mostrar a que veio, com resultados práticos. A ENERGISA não pode mais brincar com os acreanos.
NUNCA PELA SUA FÉ
O prefeito de Cruzeiro do Sul, Ilderlei Cordeiro, deveria ter se antecipado e explicado de que iria derrubar o portal da Avenida Mâncio Lima, para não ficar a série de versões. Foi um erro calar. O Ilderlei pode ser contestado por tudo, menos pela sua fé, porque tem se mostrado laico, apoiando manifestações de outros credos, como a procissão de Nossa Senhora da Glória.
O ACRE E SUAS HISTÓRIAS
Os mais novos não sabem, mas já tivemos um Ministro disputando uma vaga de senador pelo Acre. Foi o Said Farhat, que era Ministro da Comunicação do presidente João Figueiredo. Fez uma campanha centrada num marketing forte (era publicitário), mas perdeu a eleição e sumiu.
ARTE COMPLICADA
Na política, a arte mais complicada é a transferência de votos. Lembro da eleição em que o jornalista Marcos Afonso disputou a PMRB, com a mão do Jorge Viana no ombro, que na época estava com a popularidade no auge, no poder, e perdeu a eleição para o liso Mauri Sérgio.
JV É ESPERTO
O ex-senador Jorge Viana, que é a maior liderança do PT, está numa estratégia correta em ficar de fora da eleição municipal do próximo ano como candidato à PMRB. Sabe que o momento não é bom para o PT, e que se perder, sepultaria seu sonho de tentar voltar ao Senado em 2022. Mesmo não tendo participado do fraco governo passado, teve a imagem respingada.
TENDÊNCIA NATURAL
O caminho natural do PT será apoiar a reeleição da prefeita Socorro Neri, no próximo ano, caso esta decida ser candidata. Só pensaria em uma candidatura própria se ela recuar.
FRASE DO DIA
“O que é duradouro não é não é o que resiste ao tempo, mas o que sabiamente muda com ele”. Péter Muller, sociólogo alemão.