A falta de médicos suficientes para cobrir a escala de plantões do hospital Epaminondas Jácome de Xapuri (HEJ) continua causando transtornos aos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) e a servidores do setor, que têm sido alvo da insatisfação e muitas vezes da revolta da população que possui grande dependência da única unidade hospitalar do município.
O hospital tem hoje apenas dois médicos do quadro da Secretaria Estadual de Saúde. Luciana Nogueira da Silva, dona de dois contratos de 30 horas que cobrem a maior parte dos plantões, mas que está de licença-maternidade; e o ginecologista e obstetra Jolcimar Jean Alércio. Somam-se a esses mais um médico, Antônio Carlos dos Santos, e duas médicas, Deinviane da Silva Medeiros e Karynne Ferreira Barbosa, todos detentores de contratos provisórios.
Mesmo assim, o hospital tem ficado dois dias da semana – segundas e quartas-feiras – sem assistência médica no atendimento de urgência e emergência. A situação tem gerado consequências danosas ao atendimento. Na última quarta-feira, 25, um paciente deu entrada no hospital com deslocamento de maxilar e teve que aguardar por 1 hora e 20 minutos para ser atendido por uma médica que estava de folga, mas que se propôs a ir voluntariamente ao hospital prestar o socorro após ser contatada. Não havia ninguém no plantão.
Em outro episódio de ausência de médico plantonista, uma enfermeira teve que prestar assistência a um parto com o auxílio de uma técnica de enfermagem. A realização eventual de serviços médicos por enfermeiras no hospital de Xapuri tem preocupado o Sindicato dos Enfermeiros do Acre (SEEAC), que já encaminhou documento ao Conselho Regional de Medicina pedindo providências a respeito das denúncias.
Em ofício encaminhado ao CRM-AC o presidente do SEEAC, Jebson Medeiros de Souza, diz que “tal situação deixa os profissionais completamente vulneráveis a processos judiciais e administrativos mesmo diante dos casos em que a vida do paciente está em risco”. Comunicado também já foi feito, no fim do mês de julho deste ano, ao Conselho Regional de Enfermagem (COREN). De lá para cá, ocorreram duas visitas do CRM-AC ao hospital, mas nada foi resolvido.
Em mais de uma oportunidade, o então diretor do hospital Epaminondas Jácome, João Honorato Cardoso, afirmou que diversos pedidos foram feitos à Sesacre sobre a crise na oferta de profissionais médicos na unidade. O deputado Antônio Pedro (DEM), que pertence à base do governo na Assembleia Legislativa, também informou por meio da Rádio Aldeia FM de Xapuri que já fez várias solicitações para a contratação de pelo menos mais um médico para o reforço do atendimento do hospital.
A promotora de justiça substituta de Xapuri, Bianca Bernardes, informou no último dia 12 de setembro, que o Ministério Público iria apurar as informações de mau funcionamento dos serviços prestados pelo hospital Epaminondas Jácome, inclusive a falta de médicos. Depois de uma visita à unidade hospitalar, a representante do MP afirmou que o órgão buscaria a solução para os problemas junto aos poderes executivo e judiciário.
“Constatamos os problemas, conversamos pessoalmente com pacientes, funcionários e com o diretor do hospital. Também há uma defasagem no quadro de médicos, vamos apurar isso para ver a necessidade de profissionais para cobrir essa deficiência e reunindo todas essas provas e testemunhas nós vamos buscar juntos aos poderes executivo e judiciário encontrar a melhor prestação de saúde no âmbito do hospital”, afirmou.
Usuários e servidores reclamam da falta de médicos de plantão em dois dias da semana – segundas e quartas-feiras. A direção da unidade busca a contratação, junto à Sesacre, de pelo menos mais um profissional. O principal aparelho de radiografias do hospital está em manutenção e o portátil que está em utilização é limitado para alguns diagnósticos. Servidores denunciam a falta de materiais básicos e a impossibilidade da realização de pequenas cirurgias. A direção do hospital tem reconhecido parte das queixas feitas contra a unidade de saúde e afirmado que todas as medidas têm sido tomadas junto à pasta estadual da Saúde para resolver as deficiências. Há, segundo a direção do HEJ, a previsão de reforma na estrutura física do hospital até o fim deste ano ou início de 2020.
A direção do hospital diz que a contratação de mais um médico resolve a situação dos plantões. O governador Gladson Cameli homologou no dia 2 de setembro, com publicação no Diário Oficial do Estado no dia 3, a contratação de 340 profissionais para atuarem no fortalecimento e ampliação do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e nas unidades hospitalares que fazem parte da rede estadual de Saúde em Rio Branco e mais 17 municípios, incluindo aqueles considerados de difícil acesso.
A contratação foi realizada por meio de processo seletivo simplificado e possui validade de um ano. Durante sua fala, Gladson Cameli recordou que o concurso substitui contratos precários e irregulares firmados pela gestão passada e que não serão mais admitidos pela atual administração estadual. Para Xapuri, o processo vai contemplar médicos que já atuam por meio de contratos provisórios, ou seja, a Sesacre continuará precisando contratar mais um médico, pelo menos. No entanto, os candidatos aprovados para o município ainda não foram chamados.
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