O governador Gladson Cameli se reuniu na noite desta terça-feira, 25, com os deputados estaduais que pertencem a sua base de apoio na Assembleia Legislativa do Acre. A pauta do encontro tão esperado após a exoneração de 340 cargos comissionados na semana passada, sendo a maioria indicação dos parlamentares, não poderia ter sido outra: a crise entre executivo e legislativo por causa dos vetos de 8 projetos de leis que foram derrubados pela casa.
Frente a frente com parlamentares, Cameli destacou ao ac24horas que a exoneração dos 340 não foi uma represália, mas sim um entendimento para chegar a um equilíbrio fiscal. O Chefe do Palácio Rio Branco reconheceu que o seu governo errou em exonerar quem estava trabalhando. “Quero deixar claro que nós erramos em mexer com quem estava trabalhando. Peço a compreensão de todos. Nem todos os comissionados demitidos retornarão as suas funções. Estou esperando a publicação do 2º quadrimestre fiscal para definir algumas situações, entre elas, a venda da dívida do Estado que é o mais importante neste momento conturbado de nossa economia”, disse, o governador destacando que sua equipe fará uma espécie de “pente-fino” para identificar quem trabalha para posteriormente serem chamados novamente, sem especificar uma data concreta para tal feito.
Segundo o governador, os parlamentares entenderam a situação colocada e teriam se comprometido a rever a derrubada dos vetos na Assembleia Legislativa. “Eles ficaram de estudar uma forma para rever essa decisão. Acredito que chegamos a um entendimento. Eles entenderam nossas colocações, mas fiz questão de deixar bem claro a eles, se são da base, se comportem e sigam o entendimento da base. Se não querem isso, é melhor pedir para sair”, frisou o governador, destacando que atualmente o seu governo conta com apoio de 16 deputados dos 24 na Assembleia Legislativa.
Cameli também enfatizou que Gerlen Diniz (Progressistas) de fato é o líder do governo e que conversará ainda esta semana com o deputado Luis Tchê (PDT) para pedir que ele continue na base de apoio. “O Tchê é muito importante e habilidoso. Precisamos dele conosco. Vou conversar com ele para acertar os ponteiros”, disse.
Sobre a situação do deputado José Bestene (Progressistas), que publicamente afirmou que estaria rompido com o governo, Gladson afirmou que adotará o tom conciliador, de trazê-lo para perto, mas que não aceitará “joguinhos”. “O deputado Bestene não estava na reunião, mas fiquei de conversar com ele e saber o que de fato ele quer porque até onde eu sei ele está reclamando de barriga cheia. Mas vamos sentar, dialogar para chegar a um entendimento. Todo apoio é importante”, enfatizou.
Ao ac24horas, Cameli voltou a frisar que quem é da base deve se portar como tal. “Enfatizo isso mais uma vez. Quem é da base, me ajude. Quem não é, pode sair”, frisou.
A reunião não contou com a presença dos deputados José Bestene (Progressistas), do ex-líder Luis Tchê (PDT) e do deputado Luiz Gonzaga (PSDB).