A receita do sucesso não é fácil de saber, mas a do fracasso é bem conhecida: querer agradar a todos ao mesmo tempo. Como dizia minha avó, que a bisavó e a tataravó diziam também: Nem Jesus Cristo agradou a todos, só fez o bem e crucificaram-no numa cruz, instrumento de tortura e morte do Império Romano. Gladson Cameli (Progressistas) é visto como culpado pelas derrotadas retumbantes na Assembleia Legislativa porque é o governador. Porém, a lambança dos vetos, por exemplo, que levou o governo a perder por 20 a zero na Aleac, não foi feita nem teve a participação dele. Gladson precisa decidir se quer ser temido, amado ou os dois. Porque, por enquanto, nem ele mesmo parece saber.
A mudança no Artigo 21 da LDO foi construída em parceria entre a Assembleia e equipe do governo, como pode ser vetada depois pelo governador porque outro membro da equipe teve um entendimento diferente? Ao derrotar o governo (quatro deputados estavam ausentes – Maria Antônia, Cadmiel, Josa da Farmácia e Marcos Cavalcante), caso contrário a surra seria de 24 a zero; os parlamentares dão mais uma boa oportunidade ao governador de ajustar sua equipe. Não é demitir é ajustar.
A usina de crises de governo tem uma fonte de energia muito conhecida: a falta de uma boa equipe de articulação política com a Assembleia Legislativa. Nomeada e oficializada publicamente como tinha a Frente Popular nos governos do Jorge Viana e Binho Marques. Foi um sucesso! No governo Tião Viana, do qual participei como deputado, líder e adjunto de comunicação, a D.R., do PT cresceu, engoliu o governo e só articulava em causa própria. O governador Gladson está apenas com nove meses de mandato, ainda tem como aprender a lição do velho guerreiro, o Chacrinha, “quem não se comunica, se trumbica”. Articular é comunicar, dialogar, compartilhar, transmitir. Falta isso ao governo!