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“Organizações criminosas são como vírus”, diz delegado aposentado

Por
Leônidas Badaró

Durante vários anos, Adolfo Régis, foi considerado um dos delegados mais atuantes da Polícia Civil acreana. Firme no combate ao crime, chegou a ter o nome cogitado, inclusive, para ser Secretário de Segurança Pública do Acre durante a transição entre os governos petistas de Binho Marques e Sebastião Viana, em 2010.


Hoje, aposentado, o ex-delegado acompanha o crescimento das facções criminosas no Acre. A guerra pelo domínio do tráfico de drogas entre grupos criminosos é a principal causa das mortes, principalmente de jovens no Acre.


Em conversa com o ac24horas, Adolfo Régis, credenciado por toda sua história de combate ao crime, falta sobre o atual momento em que a falta de segurança é uma das maiores preocupações do morador de Rio Branco.


“A população não aguenta mais tanta desordem e afronto às leis por organizações que querem se perpetuar no estado”, diz Regis.


O ex-delegado afirma que uma das principais estratégias é a atuação das polícias de forma integrada. “Se não tem cumplicidade de todas as polícias em parceria, de forma integrada, não existe resultado positivo“.


Adolfo Régis afirma que a os criminosos são como vírus e por isso é preciso a medicação certa para acabar com o problema e que atualmente as forças de segurança estão apenas enxugando gelo. “É inadmissível aceitar que esses grupos de criminosos, verdadeiros desordeiros da lei e da paz, estejam se enraizando na capital e no interior. Um estado onde vivem cerca de 800 mil pessoas, relativamente pequeno é inaceitável ver e aceitar vidas ceifadas todos os dias. Morre no estado mais de 20 pessoas por mês sendo mortes violentas, aponta os números só em 2019, isso é lamentável, afirma Régis.


Adolfo Régis, foi considerado um dos delegados mais atuantes da Polícia Civil acreana

Adolfo afirma que é urgente a necessidade de um plano de contingenciamento para combater a violência. ”Trancamentos de divisas e fronteiras, não sai e nem entra no estado carros sem ser revistado até o último pneu. Sem a droga circulando, os marginais procuram outras regiões do país para fugir, pois o comércio ilegal deles acaba e eles têm que voltar aos atos criminosos em outro lugar bem longe daqui. A violência urbana vai cai e a paz volta aos cidadãos de bem, o trabalhador não aguenta ter que ir trabalhar todos os dias e ao voltar para sua casa ser assaltado, é humilhante! Temos que proteger os trabalhadores os estudantes, nossos jovens, toda a sociedade organizada”, afirma.


Por fim, Adolfo Régis cobra a volta da Força Tarefa, que integrava as policiais na atuação ao crime. “A Força Tarefa foi um projeto nosso que deu certo. Um grupo de policias integrados com um setor de inteligência junto com a DRE e a Polícia Federal, foi algo bom! Não dávamos espaço para vagabundos e nossas viaturas entravam em qualquer comunidade e bairros, não tinha dia nem hora, a LEI sempre foi aplicada.


Adolfo encerra afirmando que a sociedade não pode ficar à mercê de facções criminosas. “Esse negócio de pichação de muro, “ baixe o vidro aqui manda o comando etc de tal” o que que é isso? Quem manda é a lei e a polícia. Espero um dia ver o Acre respirar e ver a população sair de casa e ter a certeza que também vai voltar”, finaliza.


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Leônidas Badaró

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