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MPAC promove debate com especialistas sobre depressão, automutilação e suicídio

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O Ministério Público do Estado do Acre (MPAC) promoveu nesta terça-feira, 10, Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio, debate com especialistas sobre depressão, automutilação e suicídio. O mês de setembro é dedicado à discussão desta temática.


A II Roda de Conversa: Diálogos sobre Suicídio, promovida pelo MPAC por intermédio do Centro de Apoio Operacional de Defesa da Saúde, Pessoa Idosa e Pessoa com Deficiência, contou com a presença da procuradora-geral de Justiça do MPAC, Katia Rejane de Araújo Rodrigues, da procuradora de Justiça Gilcely Evangelista, da secretária de Assistência Social, Direitos Humanos e de Políticas para as Mulheres do Governo do Estado, Claire Cameli, e do secretário de Saúde de Rio Branco, Oteniel Almeida.


O evento, realizado no auditório da instituição, foi coordenado pela procuradora de Justiça do Ministério Público Gilcely Evangelista e teve como convidados: Josiane Furtado, psicóloga do Núcleo de Prevenção ao Suicídio do Pronto Socorro de Rio Branco; Marcos Araripe, médico psiquiatra; Márcia Aurélia, psicóloga e chefe do Núcleo de Saúde Mental da Secretaria de Estado de Saúde; Osvaldo Leal, médico do Centro de Atenção Psicossocial (CAPS AD III); e Pablo Charife, Influenciador Digital, Repórter e engajado nas causas de enfrentamento à depressão. O mediador da Roda de Conversa foi o psicólogo Antônio Mota.



A Roda de Conversa se propôs a debater uma problemática complexa e ainda vista com preconceito pela sociedade. Os convidados abordaram questões relacionadas às políticas públicas de saúde mental existentes e fornecidas atualmente à população através do Sistema único de Saúde, assim como expuseram as fragilidades e apontaram o que precisa ser melhorado. Outro assunto discutido no evento foi a necessidade de mais atividades que abordem esses temas, a desinformação ainda é considerada como um grande complicador.


Uma das falas que emocionou o público presente foi o da coordenadora do evento, a procuradora de Justiça do MPAC Gilcely Evangelista. A procuradora usou o seu exemplo e corajosamente fez o relato do seu drama, segundo ela vive há 20 anos se tratando de depressão. “Já sofri muito preconceito até por falar sobre essa doença, mas é preciso enfrentar, buscar apoio de profissionais, da família e ter coragem de debater esse tema tão sério”, disse.



Já o médico psiquiatra Marcos Araripe, profissional respeitado na área de saúde mental no Acre, abordou a Lei nº 10.2016 que trata do acesso ao internação voluntária, involuntária e compulsória, eu é feita apenas quando existe risco de vida para a pessoa ou terceiros. O profissional também deu dicas de como identificar e agir com potenciais suicidas, explicou sucintamente o que fazer, quem acionar, no caso, o indicado é o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), através do número 192, e também explicou sobre as unidades de saúde existentes na capital que podem receber pessoas com esses tipos de transtornos, o que vai depender da gravidade do caso.


Setembro Amarelo

Setembro Amarelo é uma campanha brasileira de prevenção ao suicídio, iniciada em 2015. É uma iniciativa do Centro de Valorização da Vida (CVV), do Conselho Federal de Medicina (CFM) e da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP).


O mês de setembro foi escolhido para a campanha porque, desde 2003, o dia 10 de setembro é o Dia Mundial de Prevenção do Suicídio. A ideia é promover eventos que abram espaço para debates sobre suicídio e divulgar o tema alertando a população sobre a importância de sua discussão.


No Brasil, o suicídio é considerado um problema de saúde pública e sua ocorrência tem aumentado muito entre jovens de 15 a 29 anos. De acordo com números oficiais, 32 brasileiros se matam por dia em média, sendo essa uma taxa maior do que a de vítimas de AIDS e da maioria dos tipos de câncer.


De acordo com um relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS) de 2014, o Brasil está em oitavo dentre os países com maior número de suicídios, atrás de Índia, China, Estados Unidos, Rússia, Japão, Coreia do Sul e Paquistão.


No Acre, dados apontam que somente em 2018 o Hospital de Urgência e Emergência da Capital registrou 1132 atendimentos no plantão psicológico, sendo que deste número 394 pessoas deram entrada por tentativa de homicídio.


A procuradora-geral de Justiça do Ministério Público do Acre, Kátia Rejane de Araújo Rodrigues, salientou a importância da discussão deste tema promovido pelo MPAC e da união das instituições em torno da causa.



“Esse assunto que já foi um tabu muito grande, ainda enfrenta grandes dificuldades na identificação de sinais, oferta e busca por ajuda, justamente pelos preconceitos e falta de informação.


Desde o início do mês, o MPAC vem produzindo e veiculando uma série de conteúdos nas redes sociais com o intuito de alertar as pessoas sobre a realidade do suicídio, bem como, as formas de prevenção para enfrentar essa problemática que vem tirando muitas vidas”, disse.


Katia Rejane disse ainda que por meio dessa campanha, o Ministério Público pretende contribuir com o alerta de que o suicídio é um caso complexo, que exige abordagens em múltiplas frentes e que precisa da união de todos, sociedade, instituições, poderes constituídos, para que possa, de fato, ser efetivamente enfrentado.


Atuação conjunta

O Ministério Público do Estado do Acre tem atuado conjuntamente e de forma transversal com a prioridade que o tema em questão requer, diversas ações vem sendo desencadeadas por meio do Centro de Apoio Operacional de Defesa da Saúde, coordenado pela procuradora de Justiça, Dra. Gilcely Evangelista.



As áreas do MPAC envolvidas com essa temática trabalham desde a identificação dos fatores de risco e sinais característicos de depressão que podem levar a atitudes extremas, atendimento de casos, encaminhamentos, até o desenvolvimento de um trabalho estratégico voltado para o fortalecimento dos serviços de saúde mental no estado inteiro.


Nos últimos meses, 12 casos de ideação suicidada passaram pelo MPAC, sendo que dos 12, de 5 a 6 evoluíram para a condição de ideação e estão sendo devidamente acompanhados pela rede pública, tendo a parceria das clínicas de psicologia de universidades privadas.


Causas

A ligação entre o suicídio e doenças mentais (principalmente depressão e alcoolismo) é bem documentada. Mas muitos casos acontecem impulsivamente em momentos de crise, quando as pessoas têm surtos diante de estresses, problemas financeiros, separações, dores ou doenças.


Os índices são altos entre populações rurais e entre grupos que sofrem discriminação, como refugiados e migrantes, indígenas, pessoas LGBT e presidiários.


De acordo com a OMS, pessoas que passaram por conflitos armados, desastres, sofreram abusos, perdas, violências ou sentem isolamento também estão em risco.


Andréia Oliveira – Agência de Notícias do MPAC


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