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Neabi da Ufac inicia projeto de educação para as relações étnico-raciais em escolas

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Atividades também serão realizadas no Sistema Socioeducativo e nos Conselhos Tutelares da capital


Jaine Araújo


O projeto Educação para as relações étnico-raciais, promovido pelo Núcleo de Estudos Afro-brasileiros e Indígenas (Neabi) da Universidade Federal do Acre (Ufac), teve início com uma formação e duas oficinas. As atividades foram desenvolvidas durante a manhã do último sábado, 31, na escola estadual Clínio Brandão.

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O principal objetivo do projeto é coletar e analisar dados referentes à autodeclaração racial em escolas públicas, no Sistema Socioeducativo e junto aos atendimentos realizados pelos conselheiros tutelares de Rio Branco.


Conforme a coordenadora do projeto, Cláudia Marques, “muitas pessoas não sabem se autodeclarar, não conhecem os quesitos do IBGE e não sabem do seu pertencimento. Não têm informações sobre isso exatamente porque nunca tiveram oportunidade de discutir sobre as questões raciais”, observa.


Marques explica que dados são fundamentais para a construção de políticas públicas, mas, muitas vezes, os referentes à autodeclaração dos estudantes não são levados a sério nas escolas: “Eu percebi através das pesquisas dos meus alunos que as escolas não coletam [o dado de autodeclaração] da forma correta. Tem escola que nem tem esse quesito na ficha de matrícula. Porém, o Censo Escolar não pode ser concluído sem esse dado. Então, a escola está colocando esse número aleatoriamente. Isso é um problema”, avalia.


No projeto, as instituições também recebem formações e oficinas focadas na temática étnico-racial. Cinthia Oliveira ministrou duas oficinas na escola Clínio Brandão. A primeira tratou sobre racismo na escola; já a segunda, sobre representatividade.


A oficineira acredita que o conhecimento sobre a temática racial é peça-chave para gerar mudanças, pois “faz com que os alunos saibam que racismo é algo ruim e que é preciso desenraizar isso deles para tratar as pessoas como gostariam de ser tratados e respeitar as diferenças”, explica.


Oliveira teve acesso à temática quando era bolsista do Observatório de Discriminação Racial do Estado do Acre, e considera que a abordagem da temática étnico-racial deveria ser constante nas escolas. “Queria que não fossem apenas algumas horas. Acredito que atividades como essas deveriam ser realizadas ao longo do ano, para que as pessoas que passam por racismo se encontrassem, vissem que são especiais e devem buscar representatividade positiva”, acrescenta.


O projeto tem duração de três meses. Entre agosto e outubro de 2019, é esperado que dez escolas, três Conselhos Tutelares e quatro Institutos Socioeducativos recebam a pesquisa referente à autodeclaração racial, além de oficinas e formações. As atividades têm como foco o fortalecimento identitário, o conhecimento das lutas dos movimentos negros e indígenas bem como a história e a cultura africana, afro-brasileira e indígena.


Estudante de jornalismo da Ufac


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