O empresário José Vaílson Pessoa e o pecuarista Luiz Lucena são os idealizadores da comissão popular que reivindicou da Câmara Municipal de Brasiléia a realização da audiência pública sobre segurança realizada no último fim de semana naquele município.
Vaílson e Lucena são, respectivamente, irmão e amigo do proprietário rural e negociante de gado Raimundo Nonato Pessoa, o Mundico, assassinado durante um assalto à sua casa, localizada na BR-317, sentido a Assis Brasil, no dia 14 de julho deste ano.
Com o sucesso da solicitação feita ao legislativo municipal, os membros da comissão formada por parentes e amigos de Mundico pretendem manter o grupo em atividade para acompanhar e cobrar a efetivação das medidas que foram encaminhadas durante o encontro de Brasiléia.
A população da fronteira exige das autoridades acreanas, entre outras medidas, o controle de quem entra e sai das duas cidades – Epitaciolândia e Brasiléia – pelas pontes que dão acesso à cidade boliviana de Cobija, capital do Departamento de Pando, a criação de postos policiais na BR-317 e o aumento dos efetivos das polícias civil e militar na região.
Na audiência, a senadora Mailza Gomes, do PP, anunciou que vai destinar à região R$ 1 milhão em emendas para o setor de segurança no Orçamento da União para o ano que vem. Outro anúncio que agradou a plateia feito pelo Cel. Ulysses, da PM/AC e representante da Secretaria de Segurança Pública, de que o Gefron – Grupo Especial de Fronteira – vai começar a atuar a partir do próximo dia 7 de setembro.
O fazendeiro Luiz Lucena afirmou que confia no compromisso assumido pelas autoridades que foram a Brasiléia. No entanto, segundo ele, há a necessidade de a comissão ser mantida para que o assunto não caia no esquecimento.
“Temos esperança de dias melhores aqui nesse lugar, onde temos os nossos familiares e os nossos amigos. Aqui é onde plantamos as nossas raízes, onde desenvolvemos o nosso trabalho, demonstramos nossas virtudes e aprendemos a viver em comunidade. Se não nos mantivermos unidos e atuantes não conseguiremos nada”, afirmou.
O irmão da vítima, José Vaílson, afirma ter a certeza de que as autoridades que compareceram a Brasiléia para ouvir as reivindicações vão ter urgência em apresentar as soluções que foram apontadas no encontro. Ele disse que a manutenção da comissão criada para reivindicar a audiência é também uma maneira de homenagear o grande ser humano que foi o seu irmão.
“O Mundico era um cara formidável, um grande ser humano que ajudava e fomentava o desenvolvimento aqui na região. Ele está fazendo muita falta e deixando uma grande saudade na gente, pois ele ajudava muito as pessoas aqui. Com a morte do Mundico, o município e o Estado perderam um grande colaborador”, relatou.
Raimundo Nonato Pessoa, 55 anos, foi morto com um tiro de escopeta após sua propriedade ser invadida por 4 homens armados, no começo da noite do último dia 14 de julho. Ele recebia um casal de amigos no momento do assalto.
Horas depois do crime, a polícia identificou e prendeu Islomar Gerônimo de Lima, Weliton Fernandes Filho, Vanderson Felipe Marcelo Santana e Cleberson Alves Moreira. Um menor, de 15 anos, foi apreendido com o grupo.
Dias depois, em 22 de julho, a polícia prendeu o taxista Alexandre Amorim Oliveira, de 31 anos, suspeito de participação no latrocínio. Ele teve um pedido de liberdade provisória concedido no último dia 13 de agosto, sendo o único acusado que está solto.
Nessa mesma data, o juiz da Vara Criminal de Brasiléia, Clóvis de Souza lodi, decretou a prisão preventiva de um outro envolvido no crime, Railton de Souza Barros, que atualmente se encontra preso no Presídio de San Pedro de Chanchocoro, localizado em La Paz, Bolívia.
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