As labaredas do fogo que incendeia pastos, lixeiras, quintais e florestas se alastraram pelos céus do Brasil, pela Europa e pelas redes sociais. Além da fumaça que lota os postos de saúde de pessoas com problemas respiratórios, principalmente crianças, no mundo virtual o clima também está pesado e irrespirável. Há mais de um mês não se fala noutro assunto. Até a primeira-dama francesa foi chamuscada.
Todo mundo enxerga o fogo, mas ninguém se preocupa em achar o estopim. Nas florestas a combustão é resultado de um processo rudimentar de uso do fogo. Quem mora na Amazônia sabe que desde que o cão era menino o fogo é usado na agricultura como uma de suas ferramentas mais baratas.
Sem recursos tecnológicos e equipamentos para limpar pastos, o problema é resolvido rapidamente com um palito de fósforo.
Nas redes sociais, a temperatura se elevou na disputa para saber qual governo “desmatou e queimou mais”.
Entretanto, o bom senso recomenda que façamos um aceiro bem feito para conter os exageros e baixar as chamas.
A questão não é apenas estatística. Em todo Brasil, em determinados anos, os gráficos demonstram taxas de desmatamentos e de focos de incêndios mais elevadas em outras épocas do que agora.
No Acre, por exemplo, os governos petistas tentaram registar a marca da sustentabilidade e da preservação ambiental, mas as motoserras rocaram mais alto e a florestania deixou dois pesados fardos: um passivo social vergonhoso e uma dívida financeira difícil de pagar.
A questão agora é que temos um presidente que se elegeu tendo como um de seus trunfos a promessa de afrouxar as leis ambientais e entra cuspindo fogo em qualquer debate.
As brasas também foram abanadas por uma série de fatores.
Não por acaso, o senador Márcio Bittar, em parceria com o também senador Flávio Bolsonaro, defendem no Senado Federal o fim a reserva legal.
Em várias entrevistas Bolsonaro demonizou as ações de fiscalizações dos órgãos ambientais. Ninguém pode negar que o presidente não se cansa de falar que as leis de preservação travam o desenvolvimento do Brasil e desdenha da audiência do tema.
O INPE é um instituto científico reconhecido mundialmente. Só Bolsonaro não crê nele.
Bolsonero rasgou dinheiro ao recusar o financiamento internacional do Fundo Amazônia, sem ter uma “pataca” para tocar os projetos.
Apesar de verdadeira, a retórica de acusar os europeus de terem destruído suas florestas não “cola”, porque, além de um erro não consertar outro, a consciência mundial sobre o meio ambiente é outra.
No mais, Bolsonaro sabe que seus seguidores o admiram pelos murros que ele dá em ponta da faca, mesmo sabendo do óbvio: a economia brasileira não tem topete para enfrentar as rígidas regras do mercado internacional, onde só briga quem tem bala na agulha e juízo na cabeça.
No mundo globalizado que vivemos, o conceito de soberania nacional é relativo.
Se terão coragem eu não sei, mas os bombeiros do Planalto deveriam ensinar ao capitão que não se apaga fogo com gasolina.
Luiz Calixto escreve todas às quartas-feiras no ac24horas
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