Acreana é usada como laranja pelo PRB e fica com o “nome sujo”

Sem saber ler e escrever, a agricultora Maria de Nascimento da Conceição, que mora na zona rural de Marechal Thaumaturgo, foi vítima de uma fraude eleitoral e deverá perder nos próximos dias o benefício do Bolsa Família no valor de R$ 300, que é a única fonte de renda fixa da família. Os documentos dela já estão bloqueados.

Ela descobriu tudo porque ao tentar fazer a biometria em Thaumaturgo, foi informada, que como havia sido candidata a vereadora em 2012 pelo PRB, e não tinha prestado conta junto à Justiça Eleitoral, deve cerca de R$ 15 mil.

A mulher simples era filiada ao Partido Republicano do Brasil (PRB), de Marechal Thaumaturgo, e nas eleições municipais de 2012, foi procurada por um candidato a vereador de nome Júnior, que pediu a documentação dela afirmando que el
a seria “candidata voluntária”.

Mas Júnior não explicou a ela o que isso significava. Sem sequer saber que era candidata, não fez campanha nem foi votada. Mas como não prestou contas, está devendo e não tem como pagar. “Estou desesperada com essa situação”, disse a mulher.

Em 2012, quando a agricultura foi usada como laranja pelo PRB para preencher as vagas destinadas às mulheres, o partido era coligado com o PPS. O atual vereador Atilon Pinheiro era o candidato a prefeito pela sigla e Valdelio Furtado (PSC), atual vice-prefeito de Taumaturgo era o candidato a vice pelo PPS.

Valdelio Furtado diz que já foi procurado pela agricultora, mas que não tem responsabilidade com o fato. “Quando o Atilon me procurou pra ser vice a chapa de vereadores já estava toda montada”, explicou.

O chefe do Cartório da 4 ° Zona Eleitoral, Benjamin Abecassis, disse que Dona Maria ainda não esteve no Tribunal Regional Eleitoral para solucionar o problema, mas afirma que os candidatos oficiais, devem prestar contas à Justiça Eleitoral. Caso não o façam, estão sujeitos à várias restrições.