Abaixo dos 2 metros, o nível das águas do Rio Acre em Xapuri começa a dificultar a travessia das tradicionais catraias, que fazem o transporte de cerca de 600 pessoas por dia entre os dois lados da cidade, segundo estimativa dos próprios catraieiros, que são os condutores dessas históricas embarcações.
No local onde as catraias fazem embarque e desembarque, na margem onde está o centro da cidade, é possível perceber o surgimento de vários bancos de areia, que representam a maior dificuldade para a navegação. Soma-se a isso o encalhe de troncos de árvores e restos de vegetação, os chamados balseiros.
Na atividade há 8 anos, o catraieiro Francisco das Chagas de Souza Brito, 42, afirma que a situação tem sido normal nos últimos verões, mas diz que no ano passado “havia mais água” à essa altura do mês de agosto. Segundo ele, é preciso ter perícia e conhecer o rio para evitar acidentes. “Se não conhecer o caminho, o sujeito se enrola aqui”, garante.
Na cidade, funcionam atualmente 5 catraias na travessia do Rio Acre. São de propriedade particular, mas possuem convênios com Prefeitura e governo do Estado para fazer o transporte de alunos e funcionários públicos. Por meio de revezamento, as folclóricas embarcações mantêm o serviço durante as 24 horas do dia. Cada uma delas fatura por mês cerca de R$ 1.200.
Outro profissional do remo e do motor de rabeta, Valdir Verçosa, de 38 anos de idade e 7 no serviço de catraia, diz que a água rasa provoca mudanças no rio de um dia para o outro. Segundo ele, até mesmo o movimento causado pelos banhistas na praia localizada um pouco acima da travessia faz com que apareçam pequenas ilhas de areia em alguns trechos.
Apesar do nível das águas do rio estar muito baixo e de na maior parte do leito ser possível atravessar o manancial andando, as medidas com a segurança não devem ser desprezadas. Por determinação da Marinha do Brasil, as catraias podem transportar apenas 10 passageiros por vez, sendo obrigatório o uso de coletes salva-vidas.
No entanto, percebe-se facilmente que a segunda norma não tem sido obedecida. Em uma das catraias que faziam a travessia do rio por volta das 7 horas da manhã desta quinta-feira, 22, havia nove pessoas no barco sem o uso dos importantes equipamentos de segurança que permaneciam cobertos por uma lona preta.
Perguntado sobre a razão de dispensar o uso do colete, um morador que não quis se identificar afirmou que “é uma questão de costume” não usar.
O catraieiro Valdir Verçosa explicou que as pessoas se recusam a usar os coletes usando para isso várias desculpas. Uns alegam que o equipamento está sujo ou que o material esquenta, e outros consideram que não há a necessidade de se usar o item de segurança numa travessia tão pequena.
“Os adultos não costumam usar e nós não podemos criar caso, mas os alunos nós obrigamos a usar”, explicou.
No dia 3 de junho de 2012, Xapuri registrou a maior tragédia da história da travessia pelas catraias. Uma embarcação naufragou depois de ser atingida por um tronco matando três pessoas da comunidade do bairro Sibéria. Havia cerca de 20 passageiros a bordo e nenhum usava colete salva-vidas.
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