Apesar da divulgação nas redes sociais e na imprensa convocando os mais variados seguimentos sociais à participarem de uma importante audiência pública como o tema: Segurança Pública, com a presença de secretário, coronel Paulo César e demais integrantes da cúpula, apenas os vereadores compareceram. A proposta da audiência é da vice-presidente da Câmara, vereadora Lene Petecão (PSD).
A presidente em exercício, vereadora Elzinha Mendonça (sem partido) e a autora do requerimento, Lene Petecão, lamentaram a ausência dos movimentos sociais, religiosos, bem como de lideranças tradicionais dos bairros que poderiam participar do debate, já que violência é um tema que afeta a todos.
Na abertura do evento, o coronel Paulo Cézar apresentou toda a equipe. Fez uma apresentação completa de todo contexto econômico, político e social em que a violência tem se manifestado como fenômeno humano. “O atlas da violência no Brasil, apresentado pelo IPEA, apresenta sempre com dois anos de atraso, ou seja, os números de hoje são referentes aos anos de 2016”, informou o secretário.
Paulo César fez um relato completo de toda geografia da violência na região Norte oriunda da disputa entre as principais facções criminosas do Brasil. Segundo ele, houve um deslocamento da disputa com objetivo alcançar a droga peruana e abrir novas rotas. Esse deslocamento colocou o Acre no olho do furacão da violência, já que havia também um crime doméstico. “Nesse período o Acre figurou entre um dos Estados com o maior número de assassinatos”. Hoje, de acordo com Paulo César, a realidade é outra.
“A nossa população carcerária é o dobro da média do Brasil, com um detalhe: todos são oriundos do abandono da escola”, lamentou Paulo César. Quem está hoje no sistema carcerário, ou nunca foi para a escola ou abandonou desde o ensino fundamental. Na sua avaliação, se por um lado mostra eficiência no sistema judiciário, por outro nos impede de investir mais em segurança porque os recursos são destinados em sua maioria ao sistema presidiário.
Em um breve relato, Paulo César explicou que as facções surgiram dentro dos presídios das décadas de 80 e 90 se espalhando pelo Brasil em um ambiente de ausência do Poder Público, do Estado. “Organização, disciplina e valores é uma das saídas para recuperar os que estão no sistema carcerário”, alertou.
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