Nas cinco cidades do Juruá, milhares de estudantes vão em barcos para as escolas
Uma equipe do Ministério da Educação virá a Cruzeiro do Sul nos próximos dias conhecer as embarcações que a prefeitura usa para o transporte de estudantes. A embarcação adaptada para a navegação mesmo com rios e Igarapés com pouquíssima água, poderá servir de modelo para uso em toda a Amazônia.
O barco de alumínio, feito por uma indústria cruzeirense, com motor de rabeta e coberto, tem o calado menor, o que possibilita sua navegabilidade mesmo com rios e Igarapés com baixo volume de água, o que é bem comum no verão Amazônico, como agora.
O secretário de Planejamento da prefeitura de Cruzeiro do Sul, Manoel Orleilson cita que os barcos adotados pelo Ministério da Educação são para a navegação em grandes rios e o custo do combustível é alto, por isso ficam parados.
Por esse motivo, Governo do Estado e as prefeituras das 5 cidades do Vale do Juruá, pagam cerca de 600 barqueiros para transportar os alunos até as escolas ribeirinhas em barcos menores. “É alto o custo com o pagamento dos pequenos barcos para garantir o transporte dos alunos às escolas. Este tipo de embarcação não é beneficiado pela política nacional de Transporte Fluvial Escolar”.
A ideia, segundo Orleilson, é que o Ministério da Educação adote o barco cruzeirense como modelo e garanta uma linha de crédito para a aquisição de mais embarcações deste tipo para a prefeitura de Cruzeiro do Sul.
Representantes do Ministério da Educação, reconheceram “a necessidade de atender às peculiaridades da Amazônia, que é o mundo dos rios”, citou David Coimbra do Fundo Nacional de Desenvolvimento Estudantil – FNDE.
Merenda escolar
Além do transporte dos estudantes ribeirinhos, a merenda escolar também foi tratada em Brasília pelos prefeitos de Cruzeiro do Sul, Ilderlei Cordeiro e de Marechal Taumaturgo, Izac Pyiãko na Comissão de Integração Nacional, Desenvolvimento Regional e da Amazônia da Câmara Federal, em atendimento a requerimento da deputada Dra. Vanda Milani, nesta terça-feira,13.
O objetivo dos prefeitos e da deputada é a equivalência das comunidades ribeirinhas da Amazônia para efeito de repasses dos recursos do FUNDEB, PNAE e PNAT aos mesmo valores dos indígenas e quilombolas.