O prédio do Museu Casa Branca poderá, em breve, ser devolvido à população xapuriense como um espaço à altura de sua importância para a cultura e a história do município. É que a prefeitura acaba de anunciar que o imbróglio envolvendo o convênio com o Ministério do Turismo acaba de ser resolvido e que as obras de conclusão da restauração do espaço cultural estão prestes a serem reiniciadas.
A verdadeira novela em que se tornou a recuperação do prédio histórico remonta o ano de 2015, na gestão do ex-prefeito Marcinho Miranda. A obra previa as melhorias do patrimônio e da praça Plácido de Castro, que fica ao lado, além de adaptações estruturais para garantir o acesso de portadores de necessidades especiais.
A inclusão de um elevador no projeto original foi o último gargalo a ser resolvido, pois o recurso inicial não foi suficiente para a conclusão das obras. Originalmente, foram destinados R$ 495 mil oriundos de emenda do senador Sérgio Petecão. O contrato de repasse tem a interveniência da Caixa Econômica Federal.
Junto com a entrega da obra, alguns historiadores acreanos aguardam também a reposição de uma farsa histórica. O historiador e arqueólogo Marcos Vinícius das Neves, que já foi presidente da Fundação Garibaldi Brasil, defende que a Casa Branca nunca foi a “Antiga Intendência Boliviana” onde Juan de Dios Barrientos foi deposto por José Plácido de Castro e seus soldados seringueiros, em 6 de agosto de 1902.
Marcos Vinícius afirma que a ideia de se atribuir ao prédio uma identidade que ele nunca possuiu se converte em um verdadeiro estelionato histórico. E essa reposição da verdade, segundo ele, não prejudica o valor cultural que o patrimônio possui.
“A Casa Branca foi construída para funcionar como hotel e restaurante, na primeira década do século XX. Não bastaram, para desfazer a invencionice de quem queria a todo custo produzir atrativos turísticos, os protestos de antigos xapurienses que sabiam que ali nunca tinha sido a Intendência Boliviana de Mariscal Sucre. Assim como não foi suficiente o desenvolvimento de trabalhos de historiadores dando conta de que aquele prédio era mais recente que os acontecimentos da Revolução Acreana e que havia abrigado apenas atividades comerciais”.
Um anúncio publicado no jornal Folha do Acre, no dia 29 de novembro de 1910, corrobora as afirmações do historiador. No entanto, a placa de tombamento da Casa Branca como Patrimônio Histórico Cultural de Xapuri com base numa mentira histórica continua fixada ao lado da porta de entrada do prédio a espera de que alguém crie coragem de retirá-la, pelo bem da verdade.
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